O vice-primeiro-ministro chinês, Ding Xuexiang, repudia a imposição de tarifas aduaneiras adicionais aplicadas pela União Europeia (UE) aos veículos eléctricos construídos na China. O dirigente chinês acentuou que a medida é um exemplo de proteccionismo e não favorece a apregoada «transformação verde» da UE, ao mesmo tempo que mina a cooperação global.

O vice-primeiro-ministro chinês reuniu-se na Bélgica, na semana passada, com o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Maros Sefcowicz, para celebrar em conjunto o quinto diálogo de alto nível China-UE sobre meio ambiente e clima.

Ding enfatizou que os veículos eléctricos são produtos fundamentais nas políticas ambientais. «Esperamos que a UE melhore a coerência das suas políticas de cooperação com a China nos âmbitos do meio ambiente, clima, economia e comércio; e evite atrasar o processo de transformação verde devido a fricções económicas e comerciais», afirmou.

O responsável chinês apelou a que se impeça o estabelecimento de barreiras que interfiram com uma cooperação económica e comercial normal. Disse que as duas partes devem gerir adequadamente as suas diferenças mediante o diálogo e a consulta. Não obstante, reiterou que a China está «inquebrantavelmente decidida a salvaguardar os seus interesses legítimos».

Entretanto, o ministério do Comércio chinês declarou que a UE ignorou «repetidas e fortes objecções da China e ignorou os apelos e argumentos de governos e empresas dos seus Estados membros». Avisou que «Pequim tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas».

No passado dia 12, a Comissão Europeia anunciou que planeia impor a partir do próximo mês de Julho taxas alfandegárias adicionais entre 17,4 e 38,1 por cento aos veículos eléctricos importados da China. Actualmente, essas taxas aduaneiras são de 10 por cento.