Greve nas conservas defende salários melhores com direitos

Com a ge­ne­ra­li­zada apli­cação do sa­lário mí­nimo na­ci­onal, os pa­trões das con­servas de peixe pre­tendem re­duzir os di­reitos dos tra­ba­lha­dores (mu­lheres, na grande mai­oria), agra­vando os ho­rá­rios e au­men­tando a ins­ta­bi­li­dade. Foi este o mo­tivo prin­cipal da greve que a FE­SAHT e os seus sin­di­catos SINTAB, STIAC e STI­ANOR con­vo­caram para a pas­sada sexta-feira, dia 2.

Na pro­posta que a as­so­ci­ação pa­tronal (ANICP) apre­sentou, para re­visão do con­trato co­lec­tivo de tra­balho, não muda a prá­tica da re­mu­ne­ração pelo valor mí­nimo e surgem um «banco» de horas, o alar­ga­mento dos li­mites da jor­nada la­boral (hoje das 7 às 20 horas), a im­po­sição de mais ta­refas, a di­mi­nuição da in­dem­ni­zação por des­pe­di­mento ilí­cito e o au­mento do pe­ríodo de ex­pe­ri­ência, até seis meses.

A mar­cação da greve, como a fe­de­ração ex­plicou, re­sultou de uma cam­panha sin­dical que foi pro­mo­vida entre 20 e 27 de Junho, em todo o ter­ri­tório na­ci­onal, a coin­cidir com a se­mana de acção, es­cla­re­ci­mento e luta da CGTP-IN. Com essa cam­panha, fe­de­ração e sin­di­catos le­varam a cabo mais de 20 ini­ci­a­tivas, em 18 lo­cais de tra­balho, abran­gendo todas as em­presas de con­servas de peixe.

Os mo­tivos da greve foram le­vados, no dia 2, para o ex­te­rior de duas das prin­ci­pais con­ser­veiras. Du­rante a manhã, ocor­reram con­cen­tra­ções na Fi­gueira da Foz, em frente à fá­brica da CO­FISA, e em Pe­niche, em frente à ESIP (Eu­ro­pean Se­a­food In­vest­ment Por­tugal, do grupo tai­landês Thai Union). Aqui es­ti­veram di­ri­gentes do SINTAB e da FE­SAHT, bem como o Se­cre­tário-Geral da CGTP-IN.

Tiago Oli­veira, ci­tado pela agência Lusa, con­si­derou a luta «muito justa» e acusou os pa­trões con­ser­veiros de não va­lo­ri­zarem os tra­ba­lha­dores, au­men­tando-lhes os sa­lá­rios, porque «querem o lucro à custa da ex­plo­ração» de quem tra­balha.

Os sin­di­catos e a fe­de­ração exigem au­mentos sa­la­riais dignos, au­mento do sub­sídio de re­feição, mais di­reitos e me­lhores con­di­ções de tra­balho, cri­ação do sis­tema de diu­tur­ni­dades, para va­lo­rizar a an­ti­gui­dade.

 



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