As comemorações iniciam-se na 48.ª edição da Festa do Avante!, onde o concerto sinfónico contará com uma homenagem a Carlos Paredes a partir de composições para orquestra de Francisco Tavares, Luís Cardoso e Tiago Derriça. A homenagem prosseguecom Luísa Amaro [discípula e instrumentistaacompanhante de Carlos Paredes, com quem gravou vários discos e com quem deu inúmeros espectáculos notáveis], que actuará em conjunto com a guitarrista Mafalda Lemos e o clarinetista Gonçalo Lopes, num concerto intitulado «Sons de Guitarra para Carlos Paredes». Na Festa haverá ainda um painel expositivo no Espaço Central.

Entretanto, durante o mês de Fevereiro de 2025, o PCP organiza um seminário com o objectivo de aprofundar o conhecimento sobre o homem e sobre a música e o pensamento estético, ainda largamente por estudar. A sessão conta com o apoio do Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos em Música e Dança e de outros especialistas que partilharão os seus contributos e reflexões. Deste seminário resultará uma publicação que contribuirá para a literatura sobre Carlos Paredes, sobre a música portuguesa das últimas décadas e sobre a concepção de cultura dos comunistas.

Em Abril, o Partido realiza um concerto em homenagem a Carlos Paredes, que reunirá músicos de diferentes gerações, que se inspiram na sua obra e que continuarão a levar a sua música para novos públicos. Será uma celebração da sua arte e de como as suas criações continuam a inspirar novas formas de expressão.

A todas estas grandes iniciativas somar-se-ão outros momentos, a desenvolver pelas organizações regionais do PCP, num incentivo à descoberta da música, do homem e do militante comunista que faria 100 anos a 16 de Fevereiro de 2025.

Aprofundar o conhecimento
A apresentação do programa decorreu ontem no Centro de Trabalho Vitória, em Lisboa, e contou com a intervenção musical de Luísa Amaro. Barbara Carvalho, da Direcção do Sector Intelectual de Lisboa, salientou que estas comemorações «não são um mero exercício de memória»e vão contribuir «para aprofundar o conhecimento sobre o homem, sobre a obra e o pensamento, ainda tão escasso», e «dar voz a novas e criativas abordagens de compositores e instrumentistas que criaram em estreito diálogo com a música do virtuoso da guitarra portuguesa».

Jorge Pires, da Comissão Política do Comité Central, lembrou que Carlos Paredes, «desde muito novo, começou a participar na luta antifascista, percurso que o trouxe ao PCP em 1958, no qual se manteve até ao final da vida». «Na guitarra e nas suas composições teve o instrumento de intervenção na luta que travou pela liberdade e pela libertação da cultura das garras do fascismo. Uma luta que intensificou durante o processo revolucionário na defesa e consolidação das conquistas de Abril, e que prosseguiu até aos limites que a sua saúde permitiram, na defesa do regime democrático e pela democratização da cultura», destacou.

A sessão será desenvolvida na próxima edição do Avante!.