Governo deve explicações sobre o navio Nysted Maersk

O Grupo Par­la­mentar do PCP en­de­reçou, no dia 10, uma per­gunta ao Go­verno sobre o navio Nysted Ma­ersk, que atracou em Lisboa e está en­vol­vido no trans­porte de armas e mu­ni­ções para Is­rael.

PCP exige me­didas ex­cep­ci­o­nais para que Por­tugal não seja con­si­de­rado cúm­plice dos crimes de Is­rael

Os de­pu­tados co­mu­nistas ques­ti­onam o Go­verno sobre as di­li­gên­cias e con­sultas le­vadas a cabo no pro­cesso de au­to­ri­zação de acos­tagem, no dia 9, de um navio (Nysted Ma­ersk) que vá­rias or­ga­ni­za­ções de­nun­ciam estar en­vol­vido com o trans­porte de armas e mu­ni­ções para Is­rael, de­sig­na­da­mente com origem nos EUA. Lem­bram também que, antes da atracar em Lisboa, a em­bar­cação foi im­pe­dida de parar em Al­ge­ciras, Es­panha, e ques­tiona o Go­verno se, em algum mo­mento, con­tactou o seu ho­mó­logo es­pa­nhol sobre as ra­zões da proi­bição de acos­tagem.

O do­cu­mento re­alça, também, que o Go­verno jus­ti­ficou a au­to­ri­zação dada com o facto de o navio ale­ga­da­mente trans­portar apenas ma­te­rial ae­ro­náu­tico com des­tino aos EUA. No en­tanto, o PCP con­si­dera esse es­cla­re­ci­mento como in­su­fi­ci­ente, por não ex­plicar se o ma­te­rial a bordo teve, ou não, origem em Is­rael (con­si­de­rando a pas­sagem do navio por Haifa), e por não dizer qual a sua rota sub­se­quente.

Os de­pu­tados co­mu­nistas exigem, ainda, que o Go­verno diga se pre­tende, ou não, aplicar pro­ce­di­mentos de ave­ri­guação ex­cep­ci­o­nais e a to­mada de me­didas adi­ci­o­nais no sen­tido de im­pedir que Por­tugal se torne, de al­guma forma, di­recta ou in­di­rec­ta­mente, cúm­plice dos crimes pra­ti­cados por Is­rael sobre o povo pa­les­ti­niano (con­si­de­rando o his­tó­rico de ocu­pação ilegal desde 1967 e a clas­si­fi­cação de ge­no­cídio dada pelo Tri­bunal In­ter­na­ci­onal de Jus­tiça).

No PE, em de­fesa do povo pa­les­ti­niano
O PCP pro­move, no âm­bito do GUE/​NGL – A Es­querda no Par­la­mento Eu­ropeu (PE), a ini­ci­a­tiva “Pelos di­reitos do povo pa­les­ti­niano!”, em Bru­xelas, que teve início ontem e en­cerra hoje com uma in­ter­venção do de­pu­tado João Oli­veira. A ini­ci­a­tiva tem por fi­na­li­dade ouvir tes­te­mu­nhos de es­pe­ci­a­listas e ex­pe­ri­ên­cias de so­li­da­ri­e­dade com o povo pa­les­ti­niano, cons­ti­tuindo mais um mo­mento de de­fesa do cessar-fogo ime­diato e per­ma­nente na Faixa de Gaza, da pos­si­bi­li­dade de ajuda hu­ma­ni­tária ur­gente, e do re­co­nhe­ci­mento dos di­reitos na­ci­o­nais ina­li­e­ná­veis da Pa­les­tina.

O painel de ontem foi de­di­cado à te­má­tica “Dé­cadas de ocu­pação e opressão – tes­te­mu­nhos de um povo que re­siste”. Hoje, o painel de­corre sob o tema “Parar o mas­sacre! As­se­gurar a paz! Cum­prir os di­reitos na­ci­o­nais do povo pa­les­ti­niano”.

 



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