China reafirma que relações com os EUA devem ser baseadas em princípios

A China por­me­no­rizou os «con­sensos al­can­çados» du­rante a reu­nião entre o pre­si­dente chinês, Xi Jin­ping, e o seu ho­mó­logo norte-ame­ri­cano, Jo­seph Biden. O en­contro ocorreu no dia 17, no quadro da Ci­meira de Lí­deres da Co­o­pe­ração Eco­nó­mica Ásia-Pa­cí­fico (APEC), re­a­li­zada em Lima, ca­pital do Peru.

Se­gundo um co­mu­ni­cado do Mi­nis­tério dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros chinês, em Pe­quim, os dois di­ri­gentes pas­saram em re­vista o de­sen­vol­vi­mento das re­la­ções entre a Re­pú­blica Po­pular da China e os Es­tados Unidos da Amé­rica (EUA) du­rante os úl­timos quatro anos, mar­cados por «altos e baixos».

As duas partes coin­ci­diram sobre a im­por­tância de ex­trair li­ções para for­ta­lecer o diá­logo, lidar ade­qua­da­mente com as di­fe­renças e avançar em áreas de in­te­resse comum.

Xi propôs uma visão es­tra­té­gica para os vín­culos bi­la­te­rais e ma­ni­festou a dis­po­sição de manter re­la­ções com a pró­xima ad­mi­nis­tração norte-ame­ri­cana, em «termos ade­quados».

O pre­si­dente chinês re­cordou os avanços con­se­guidos em ci­meiras bi­la­te­rais an­te­ri­ores: em 2021, es­ta­be­le­ceram-se os prin­cí­pios de res­peito mútuo, co­e­xis­tência pa­cí­fica e co­o­pe­ração; em 2022, abor­daram-se as «li­nhas ver­me­lhas» em temas sen­sí­veis como Taiwan; e em 2023 de­fi­niram-se pi­lares chaves como a gestão de di­fe­renças e a co­o­pe­ração mu­tu­a­mente van­ta­josa.

Entre os acordos agora al­can­çados, os dois lí­deres re­a­fir­maram sete prin­cí­pios fun­da­men­tais, in­cluindo o res­peito mútuo, a co­mu­ni­cação con­tínua e a pre­venção de con­flitos. Além disso, des­ta­caram avanços em áreas como in­te­li­gência ar­ti­fi­cial, al­te­ra­ções cli­má­ticas, se­gu­rança nu­clear e re­la­ções cul­tu­rais. No âm­bito da in­te­li­gência ar­ti­fi­cial, com­pro­me­teram-se a re­forçar a se­gu­rança e o con­trolo hu­mano em apli­ca­ções sen­sí­veis como o de­sen­vol­vi­mento mi­litar.

Taiwan, Mar Me­ri­di­onal, pe­nín­sula co­reana…
Xi Jin­ping en­fa­tizou a ne­ces­si­dade de abordar as di­fe­renças com pru­dência e, quanto ao tema de Taiwan, rei­terou que o prin­cípio de «uma só China» é a base po­lí­tica das re­la­ções bi­la­te­rais e que os EUA devem opor-se cla­ra­mente ao se­pa­ra­tismo em Taiwan.

No que res­peita ao Mar Me­ri­di­onal, a parte chi­nesa su­bli­nhou que a re­so­lução de di­fe­rendos deve ba­sear-se no diá­logo entre as partes di­rec­ta­mente en­vol­vidas, sem in­ter­fe­rên­cias ex­ternas.

Sobre as ten­sões co­mer­ciais e tec­no­ló­gicas, Xi as­si­nalou que a dis­so­ci­ação e as res­tri­ções uni­la­te­rais não são so­lu­ções viá­veis e que todos os países têm di­reito ao de­sen­vol­vi­mento.

O Mi­nis­tério dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros chinês as­si­nalou que o en­contro entre os dois pre­si­dentes marcou um passo sig­ni­fi­ca­tivo para a es­ta­bi­li­dade dos laços entre as duas mai­ores eco­no­mias do mundo, ao mesmo tempo que des­tacou a dis­po­sição da China de tra­ba­lhar com a ad­mi­nis­tração norte-ame­ri­cana para be­ne­fi­ciar tanto os dois povos como a co­mu­ni­dade in­ter­na­ci­onal.

Em res­posta aos su­postos ata­ques ci­ber­né­ticos le­vados a cabo pela China, Xi Jin­ping disse que tais afir­ma­ções não têm evi­dên­cias nem jus­ti­fi­cação.

Por outro lado, o chefe do Es­tado chinês re­jeitou a di­fa­mação, ca­lúnia e acu­sa­ções que Washington atribui a Pe­quim em as­suntos in­ter­na­ci­o­nais e re­gi­o­nais, como a questão da Ucrânia.

Sobre a pe­nín­sula co­reana, a China afirmou a sua de­ter­mi­nação de im­pedir que es­tale a guerra e o caos e acres­centou que «não fi­cará de braços cru­zados vendo como se vêem ame­a­çados a se­gu­rança es­tra­té­gica e os in­te­resses fun­da­men­tais da China».

 



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