Israel continua a atacar a Síria, Gaza e a Cisjordânia
Israel continua a bombardear a Síria e a invadir novos territórios no país, para além daqueles que já ilegalmente ocupa nos Montes Golã. Ao mesmo tempo, prossegue a agressão genocida contra o povo palestiniano, continuando a massacrar a população palestiniana na Faixa de Gaza e a assaltar cidades e aldeias na Cisjordânia.
Forças militares israelitas invadiram mais território sírio, para além daquele que Israel já ilegalmente ocupa nos Montes Golã
Após a queda do governo de Bashar Al-Assad, Israel lançou uma vaga de bombardeamentos sobre a Síria, destruindo equipamento e infra-estruturas militares e atacando diferentes objectivos por todo o país, incluindo nos arredores de Damasco. As forças militares israelitas invadiram e ocuparam áreas adicionais do território sírio nos Montes Golã, nomeadamente no Monte Hermon e na província de Quneitra.
O governo israelita aprovou ainda um plano para aumentar o número de colonatos nos Montes Golã – território da Síria ilegalmente ocupado desde 1967 –, com o objectivo de duplicar o número de colonos neste território. A tudo isto, al-Jolani, líder do HTS, reage com evidente permissividade, aliás como o faz perante a ocupação de território sírio por forças militares turcas e norte-americanas.
O risco da Síria se transformar numa nova Líbia é real, com o seu território repartido e controlado por forças militares estrangeiras, turcas, norte-americanas e israelitas.
Depois de anos de pesadas sanções impostas à Síria, com brutais efeitos sobre a economia e a sua população, as potências imperialistas e seus aliados regionais aceleram o processo de «normalização» do novo poder, composto por forças até há pouco apontadas como grupos terroristas. Afinal, o “problema” não tinha nada a ver com “democracia” e “direitos humanos”, mas sim com o facto da Síria ser um Estado soberano e secular – multi-confessional e multi-étnico – e manter firmes posições anti-imperialistas, constituindo um forte apoio à resistência palestiniana.
Israel continua genocídio na Faixa de Gaza
O coordenador da ajuda humanitária da ONU para os territórios palestinianos ocupados alertou para a grave crise alimentar e de segurança que sofre a Faixa de Gaza, sob ataque israelita há mais de 14 meses. Evocando o insuportável custo humano da agressão, lembrou que recentes bombardeamentos israelitas mataram dezenas de palestinianos, muitos deles crianças.
E denunciou que a falta de segurança na Faixa de Gaza afecta o transporte e a distribuição da ajuda humanitária, dando como exemplos os recentes ataques e saques a uma caravana de 70 camiões da ONU, na passagem fronteiriça de Kerem Shalom, e a um comboio do Programa Mundial de Alimentos, na passagem de Kissufim – ataques e saques realizados por Israel.
Nos últimos dias, tropas israelitas assaltaram várias cidades e povoados na Cisjordânia, tendo morto, ferido e prendido diversos palestinianos. Em Hebron, uma operação militar terrestre incluiu a entrada de forças israelitas em universidades locais. No campo de refugiados de Balata, próximo da cidade nortenha de Nablus, as tropas ocupantes entraram de madrugada, desencadeando um intenso confronto com milícias palestinianas. Forças israelitas fizeram incursões também em localidades na província de Belém.
Mais de 12 mil palestinianos foram presos na Margem Ocidental pelas forças israelitas desde Outubro de 2023. Esta semana, o Conselho Nacional Palestiniano acusou Israel de acelerar planos de anexação do território, acusando o governo israelita de pretender «perpetuar a ocupação e impor novos factos no terreno em flagrante violação do direito internacional».