Cuba repudia bloqueio e exige respeito e paz

Em Ha­vana, com a grande Marcha do Povo Com­ba­tente, Cuba re­a­firmou a exi­gência de res­peito pelo di­reito do país de cons­truir em paz o seu fu­turo. O pre­si­dente Mi­guel Díaz-Canel re­pu­diou o blo­queio im­posto pelos EUA e re­clamou uma vez mais a ex­clusão de Cuba da ar­bi­trária lista norte-ame­ri­cana de países que su­pos­ta­mente pa­tro­cinam o ter­ro­rismo.

«Contra a pre­tensão do im­pe­ri­a­lismo norte-ame­ri­cano de impor-se a Cuba pela força ou a se­dução, mar­cha­remos agora e sempre»

Cuba rei­terou a exi­gência do fim da po­lí­tica de in­ge­rência e agressão exer­cida pelos Es­tados Unidos da Amé­rica (EUA), a menos de um mês de Do­nald Trump ser in­ves­tido como pre­si­dente norte-ame­ri­cano, em Washington.

Tal exi­gência foi ra­ti­fi­cada na sexta-feira, 20, em Ha­vana, por mais de 500 mil ma­ni­fes­tantes, em re­pre­sen­tação do povo cu­bano, com um des­file en­ca­be­çado pelos prin­ci­pais di­ri­gentes do país, desde logo, o pri­meiro-se­cre­tário do Par­tido Co­mu­nista de Cuba e pre­si­dente da Re­pú­blica, Mi­guel Díaz-Canel, e in­cluindo o ge­neral de Exér­cito Raul Castro. Ac­ções de massas se­me­lhantes à de Ha­vana ti­veram lugar em San­tiago de Cuba e nas res­tantes pro­vín­cias cu­banas.

Na ca­pital, os ma­ni­fes­tantes exi­giram o le­van­ta­mento do blo­queio que os EUA im­põem a Cuba desde há mais de seis dé­cadas, re­cru­des­cido a ní­veis sem pre­ce­dentes nos úl­timos anos. Re­cla­maram também a ex­clusão de Cuba da ar­bi­trária lista, ela­bo­rada pelos EUA, de países que su­pos­ta­mente pa­tro­cinam o ter­ro­rismo, quando na ver­dade são os EUA que ao longo de dé­cadas têm pro­mo­vido ac­ções ter­ro­ristas contra Cuba.

Numa in­ter­venção a an­te­ceder o co­meço do des­file po­pular – no Ma­lecón, ave­nida mar­ginal de Ha­vana onde se lo­ca­liza a em­bai­xada dos EUA –, Díaz-Canel de­nun­ciou que a ac­tual ad­mi­nis­tração Biden não re­verteu a po­lí­tica de Trump, como pro­meteu du­rante a cam­panha elei­toral. Lem­brou que, com a apli­cação das 243 me­didas adi­ci­o­nais e a ma­nu­tenção de Cuba na in­fame lista de países ditos pa­tro­ci­na­dores do ter­ro­rismo, o pre­si­dente ces­sante, Biden, cum­priu dis­ci­pli­nada e cru­el­mente a po­lí­tica que Trump aprovou nos úl­timos dias do seu man­dato. Res­saltou que as­si­nalar Cuba como Es­tado que su­pos­ta­mente pa­tro­cina o ter­ro­rismo é pelo menos falso e imoral, venha de onde vier a acu­sação, mas que é du­pla­mente falsa e imoral quando vem dos EUA, onde se treinam neste mo­mento grupos pa­ra­mi­li­tares que or­ga­nizam, pro­movem e fi­nan­ciam ac­ções ter­ro­ristas contra as es­tru­turas so­ciais e eco­nó­micas em Cuba.

A per­ma­nência de Cuba na lista e a in­ten­si­fi­cação da po­lí­tica de blo­queio são ac­ções le­vadas a cabo contra o povo cu­bano que devem cessar já, afirmou.

Mi­guel Díaz-Canel su­bli­nhou que «quando se per­se­guem e im­pedem tran­sac­ções fi­nan­ceiras ao nosso co­mércio in­ter­na­ci­onal, está a negar-se ao povo de Cuba ali­mentos, me­di­ca­mentos, com­bus­tí­veis, bens, abas­te­ci­mentos e mer­ca­do­rias es­sen­ciais para a sua so­bre­vi­vência». E que «quando se põem obs­tá­culos às nossas ex­por­ta­ções ou se per­se­guem e pe­na­lizam as re­la­ções com as nossas em­presas, está a privar-se o país de di­visas es­sen­ciais para de­sen­vol­vermos e para fi­nan­ciar o nosso pro­jecto de jus­tiça so­cial».

En­fa­tizou que Cuba não alenta o mí­nimo sen­ti­mento de ódio ou ani­mo­si­dade contra o povo norte-ame­ri­cano, mas opõe-se ao em­penho do go­verno dos EUA de ar­re­batar a Cuba a sua so­be­rania, a sua in­de­pen­dência e o seu so­ci­a­lismo, pelo que todas as ten­ta­tivas nesse sen­tido en­con­trarão sempre opo­sição e de­ter­mi­nação do povo cu­bano. Mi­guel Díaz-Canel re­cordou que o seu país es­tendeu a mão a todos os go­vernos dos EUA desde o triunfo da Re­vo­lução Cu­bana até hoje, sempre em função de uma re­lação séria, res­pei­ta­dora e em igual­dade de con­di­ções. E ga­rantiu que «contra o plano do im­pe­ri­a­lismo norte-ame­ri­cano e a sua pre­tensão de impor-se a Cuba pela força ou a se­dução, mar­cha­remos agora e sempre».

 



Mais artigos de: Internacional

Israel ocupa Síria e massacra Faixa de Gaza

Na Faixa de Gaza, onde há pa­les­ti­ni­anos em risco de morrer de fome, tropas is­ra­e­litas con­ti­nuam a atacar es­colas e hos­pi­tais. Na Síria, as forças de Is­rael con­ti­nuam a bom­bar­dear e a ocupar ter­ri­tório.

Comunistas sul-africanos em Congresso extraordinário

O 5.º Congresso Nacional Extraordinário do Partido Comunista Sul-Africano (PCSA) terminou no dia 14, na cidade de Boksburg, com a participação de 570 delegados – em representação de 370 mil militantes –, que aprovaram a declaração «Consolidar e construir um poderoso movimento socialista dos trabalhadores e dos pobres»....

Do Panamá a Staten Island

No domingo, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, disse que a sua administração estuda a “reapropriação” do canal do Panamá caso o governo desse país não recue nas “taxas exorbitantes” que cobra ao gigante do norte. A ameaça, que ecoa a premissa da doutrina Monroe de que a América Latina é o “pátio traseiro” dos...