EUA impulsionam corrida aos armamentos
Os EUA aprovaram o orçamento militar para 2025, que aumenta o já de si extraordinário valor registado no ano anterior, que representava mais de 30 por cento das despesas militares mundiais. Os EUA são há muito o principal instigador da corrida aos armamentos.
Orçamento militar norte-americano para 2025 prevê gastos de 895 mil milhões de dólares
A Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA, na sigla em inglês) dos EUA para o próximo ano, já aprovada pela Câmara dos Representantes e pelo Senado, as duas câmaras do Congresso, prevê para 2025 gastos militares na ordem dos 895 mil milhões de dólares, um aumento em relação ao orçamento do ano findo, de 886 mil milhões de dólares. Em 2024, como nos anos anteriores, os EUA foram – de muito longe – quem mais gastou com armamento, contingentes e bases militares.
Se as contas finais relativas ao ano passado ainda estão a ser feitas, recorde-se as de 2023, reveladas pelo SIPRI (Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo): os EUA gastaram mais do dobro do que a China e a Rússia juntas. A NATO, no seu conjunto, representou 55 por cento do total mundial, com os EUA a assumirem 68 por cento dos então 31 membros do bloco político-militar.
A Lei de Autorização de Defesa Nacional invoca a chamada «ameaça militar da China» para justificar o aumento dos gastos militares e manter o domínio global dos EUA, o que mereceu o repúdio das autoridades chinesas. Zhang Xiaogang, porta-voz do Ministério da Defesa, proferiu uma declaração em que reafirmou o apego da China ao desenvolvimento pacífico e acusou a NDAA de prejudicar a paz e a estabilidade globais. «A China não se envolve em corridas armamentistas com nenhum país e continua a ser uma firme defensora da paz mundial», acrescentou.
O porta-voz observou que os gastos militares dos EUA, que já são os mais elevados do planeta, continuam a crescer rapidamente ano após ano. Isso, salientou, expõe totalmente a natureza beligerante dos EUA e sua obsessão pela hegemonia e expansão. Destacou ainda o impacto devastador das guerras e operações militares lideradas pelos EUA desde 2001, que causaram centenas de milhares de mortos e milhões de feridos e deslocaram à força dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo.
«Pedimos aos EUA que abandonem a sua mentalidade de Guerra Fria (…) e que se libertem da ilusão de conter e superar a China», sugeriu.