Moçambique: confirmada vitória da FRELIMO e de Daniel Chapo

O Con­selho Cons­ti­tu­ci­onal de Mo­çam­bique ofi­ci­a­lizou, no dia 23 de De­zembro, a vi­tória de Da­niel Chapo, can­di­dato do par­tido FRE­LIMO, nas elei­ções pre­si­den­ciais de 9 de Ou­tubro: com 65,17 por cento dos votos, su­cede ao ac­tual chefe de Es­tado, Fi­lipe Nyusi. O se­gundo can­di­dato mais vo­tado foi Ve­nâncio Mon­dlane, com 24 por cento. Nas le­gis­la­tivas, a FRE­LIMO, par­tido da in­de­pen­dência e da go­ver­nação do país desde 1975, ob­teve 68 por cento dos votos (con­quistou 171 dos 250 de­pu­tados), contra 17 por cento do Po­demos (43), 11 por cento da Re­namo (28) e três por cento do MDM (oito).

Co­men­tando a de­cisão ju­di­cial, Da­niel Chapo rei­terou o seu com­pro­misso para com cada ci­dadão, sem ex­cep­ções, no sen­tido de pro­mover a paz: «É fun­da­mental dizer que este país per­tence aos mo­çam­bi­canos, in­de­pen­den­te­mente das pre­fe­rên­cias po­lí­ticas, re­li­gi­osas. Somos todos ir­mãos.» Se é certo que os de­sa­fios são imensos, Da­niel Chapo ga­rantiu que «unidos do Ro­vuma ao Ma­puto vamos cons­truir uma nova era, para o nosso país, mu­dança, pro­gresso e de­sen­vol­vi­mento do povo mo­çam­bi­cano, so­bre­tudo de es­pe­rança».

Há cerca de três meses que o can­di­dato der­ro­tado Ve­nâncio Mon­dlane, que se en­contra em parte in­certa, re­jeita os re­sul­tados elei­to­rais e apela à sua con­tes­tação sem apre­sentar qual­quer prova. O Con­selho Cons­ti­tu­ci­onal, órgão so­be­rano e de­li­be­ra­tivo, a mais alta ins­tância para de­cidir sobre o con­ten­cioso elei­toral, ana­lisou as queixas apre­sen­tadas e con­firmou a vi­tória da FRE­LIMO e do seu can­di­dato pre­si­den­cial.

As ac­ções de vi­o­lência que se re­gistam em Mo­çam­bique, so­bre­tudo em Ma­puto e Ma­tola, no sul, e nou­tras ci­dades do país (Beira, Que­li­mane, Nam­pula), in­cluem a ten­ta­tiva de blo­queio de al­gumas fron­teiras e de in­ter­rupção do trá­fego ro­do­viário, a des­truição de infra-es­tru­turas e equi­pa­mentos, danos em pro­pri­e­dades pú­blicas e pri­vadas, as­saltos a sedes da FRE­LIMO e vá­rias es­tru­turas de poder local, ata­ques e as­saltos a ci­da­dãos, pro­cu­rando pa­ra­lisar a eco­nomia do país e se­mear o caos.

Destas ac­ções vi­o­lentas re­sul­taram já de­zenas de mortos e fe­ridos.

O pre­si­dente da África do Sul, Cyril Ra­maphosa, ma­ni­festou dis­po­ni­bi­li­dade para ajudar Mo­çam­bique na busca de so­lu­ções para ul­tra­passar esta si­tu­ação. A dis­po­ni­bi­li­dade foi trans­mi­tida ao pre­si­dente mo­çam­bi­cano, Fi­lipe Nyusi, a 27 de De­zembro, por Sydney Mu­fa­madi, en­viado es­pe­cial do chefe do Es­tado sul-afri­cano a Ma­puto.

 



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