Grande apoio na Autoeuropa ao estatuto de desgaste rápido

Os tra­ba­lha­dores da VW Au­to­eu­ropa e de em­presas pres­ta­doras e for­ne­ce­doras ade­riram em força aos ple­ná­rios e de­ci­diram fazer greve em apoio à pe­tição pelo re­co­nhe­ci­mento do des­gaste rá­pido na in­dús­tria.

Na luta cons­trói-se a uni­dade de todos os tra­ba­lha­dores do com­plexo in­dus­trial

Lusa


Foi muito forte a participação, terça-feira de manhã, no primeiro dos quatro plenários que o SITE Sul convocou para dias 28 e 29, abrangendo todos os trabalhadores, incluindo os de trabalho temporário, de todas as empresas na VW Autoeuropa e no complexo industrial automóvel, em Palmela.

A grande adesão dos tra­ba­lha­dores jus­ti­ficou a pa­ragem da pro­dução, no pe­ríodo do ple­nário, apesar de pres­sões e falsas in­for­ma­ções, como o sin­di­cato da FI­E­QUI­METAL/​CGTP-IN de­nun­ciou na se­gunda-feira, em co­mu­ni­cado. A par­ti­ci­pação nos ple­ná­rios, como es­cla­receu o SITE Sul, é um di­reito de todos e não pode ser pe­na­li­zada.

O mo­tivo prin­cipal para estas reu­niões com os tra­ba­lha­dores foi a exi­gência do re­co­nhe­ci­mento do es­ta­tuto de des­gaste rá­pido, com acesso à re­forma an­te­ci­pada sem pe­na­li­za­ções, no se­gui­mento da en­trega na AR de uma pe­tição, pro­mo­vida pela FI­E­QUI­METAL e que reuniu mais de 13 mil as­si­na­turas, a nível na­ci­onal.

Exige-se também a me­lhoria das con­di­ções de tra­balho para todos os tra­ba­lha­dores com ta­refas re­pe­ti­tivas e ele­vadas ca­dên­cias e em re­gime de turnos e tra­balho noc­turno.

O sin­di­cato pre­tendeu ainda abordar a pro­posta rei­vin­di­ca­tiva anual.

Num ar­tigo pu­bli­cado no site da fe­de­ração, no âm­bito da acção pelo re­co­nhe­ci­mento do des­gaste rá­pido na in­dús­tria, o mé­dico Carlos Silva Santos (ex-pro­fessor as­so­ciado da Es­cola Na­ci­onal de Saúde Pú­blica e ex-co­or­de­nador do de­par­ta­mento da Saúde Ocu­pa­ci­onal da Di­recção-Geral da Saúde) alerta que as do­enças pro­fis­si­o­nais são «um fla­gelo na VW Au­to­eu­ropa», in­cluindo as em­presas do parque in­dus­trial. Re­fere a al­te­ração dos ho­rá­rios de tra­balho, desde 2017, e «ritmos ele­vados e so­bre­carga de tra­balho», como vias para su­ces­sivos re­cordes de pro­dução. As­si­nala que a Me­di­cina do Tra­balho «par­ti­cipa mais de 140 (pos­sí­veis) do­enças pro­fis­si­o­nais» e «anu­al­mente são cer­ti­fi­cadas pelo De­par­ta­mento de Pro­tecção contra os Riscos Pro­fis­si­o­nais mais de 110 do­enças pro­fis­si­o­nais». Estes nú­meros «têm vindo a au­mentar» e «cer­ta­mente es­tarão abaixo da re­a­li­dade».

Greve e ida a Lisboa
No pri­meiro ple­nário – em que par­ti­cipou o Se­cre­tário-Geral da CGTP-IN, Tiago Oli­veira –, me­receu apro­vação e apoio uma re­so­lução, mar­cando um dia de luta para a data em que vier a ser agen­dada a dis­cussão, em ple­nário par­la­mentar, da pe­tição da FI­E­QUI­METAL, com greve e uma con­cen­tração junto da As­sem­bleia da Re­pú­blica.

Na re­so­lução – que iria ser co­lo­cada à vo­tação nos res­tantes ple­ná­rios, já de­pois do fecho da nossa edição – os tra­ba­lha­dores de­claram «total dis­po­ni­bi­li­dade para con­ti­nuar e in­ten­si­ficar a luta ne­ces­sária, para re­a­firmar e fazer vingar os seus justos ob­jec­tivos». Às ad­mi­nis­tra­ções é exi­gido que «as­sumam a sua res­pon­sa­bi­li­dade pela re­co­lo­cação ur­gente dos tra­ba­lha­dores por­ta­dores de do­enças pro­fis­si­o­nais e res­tri­ções mé­dicas».

Afirma-se igual­mente «a ne­ces­si­dade do au­mento real dos sa­lá­rios».

Foi apro­vada uma moção de so­li­da­ri­e­dade com as cen­tenas de tra­ba­lha­dores da Vanpro e da Ten­neco, ati­rados para o de­sem­prego, porque a VW Au­to­eu­ropa de­cidiu não lhes en­tregar o tra­balho para o novo carro, que ali irá ser fa­bri­cado.

«As de­ci­sões to­madas para o fu­turo destes tra­ba­lha­dores re­pre­sentam apenas uma total ir­res­pon­sa­bi­li­dade e des­res­peito, por parte da ad­mi­nis­tração da VW Au­to­eu­ropa e do Grupo VW, por aqueles que pro­duzem a ri­queza», acusa-se na re­so­lução. Ficou de­cla­rada dis­po­ni­bi­li­dade para «par­ti­cipar nas ac­ções de luta a de­finir co­lec­ti­va­mente na de­fesa do em­prego nestas em­presas».

 



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