Paulo Raimundo apela ao voto na CDU já no próximo dia 23 de Março

A CDU «não de­siste e quer trans­formar a re­a­li­dade no sen­tido do pro­gresso, da jus­tiça, da so­li­da­ri­e­dade, da me­lhoria das con­di­ções de vida do nosso povo», as­se­gurou, quinta-feira, na Ma­deira, o Se­cre­tário-Geral do PCP.

«Fazer frente à po­lí­tica das in­jus­tiças e das de­si­gual­dades»

A afir­mação de Paulo Rai­mundo foi feita na apre­sen­tação dos can­di­datos da CDU às pró­ximas Elei­ções Le­gis­la­tivas Re­gi­o­nais da Ma­deira, que se vão re­a­lizar a 23 de Março. A lista é en­ca­be­çada por Edgar Silva, se­guindo-se Ri­cardo Lume, Sílvia Vas­con­celos e Her­landa Amado.

«Se é ver­dade que sem re­pre­sen­tação par­la­mentar a CDU ficou em pi­ores con­di­ções, não é menos ver­dade que con­ti­nuámos ao lado das po­pu­la­ções a fazer frente à po­lí­tica das in­jus­tiças e das de­si­gual­dades», afirmou o di­ri­gente co­mu­nista, re­fe­rindo-se às 72 mil pes­soas que vivem na po­breza ou à falta de sa­ne­a­mento bá­sico, de trans­portes pú­blicos, de ca­mi­nhos, de casas que se con­sigam pagar ou ar­rendar, de sa­lá­rios, de cre­ches pú­blicas, de es­ta­bi­li­dade no em­prego, de jus­tiça e igual­dade.

«Se não falta ainda mais é porque as po­pu­la­ções se or­ga­nizam, lutam e exigem os seus di­reitos, sempre com a CDU ao seu lado», des­tacou. No en­tanto, «nunca faltam be­nesses, fa­vores e ne­go­ci­atas», como os «190 mi­lhões de euros em be­ne­fí­cios fis­cais en­tre­gues pelo Go­verno Re­gi­onal às em­presas» em 2024 e «quando faltam ra­pi­da­mente se criam con­di­ções para que o poder po­lí­tico de­penda e es­teja sub­ju­gado ao poder eco­nó­mico», acusou o Se­cre­tário-Geral do PCP, de­nun­ci­ando também «a pro­mis­cui­dade entre quem tem cargos po­lí­ticos e o grande ca­pital», como «está à vista de todos e é prá­tica».

Neste pro­cesso, PSD e CDS «têm res­pon­sa­bi­li­dades acres­cidas e par­ti­cu­lares, mas não per­mi­ti­remos que quem lhes deu a mão, PAN, IL e o Chega, se es­condam agora e tentem passar pelos in­ter­valos da chuva», apontou, sem es­quecer «o papel dos que se tentam apre­sentar como di­fe­rentes, mas cuja prá­tica o que de­monstra é uma pro­funda sin­tonia com as op­ções de fundo e es­tru­tu­rantes do Go­verno Re­gi­onal».

A sessão pú­blica, que se re­a­lizou no au­di­tório do Sin­di­cato da Ho­te­laria da Ma­deira, contou ainda com as pa­la­vras do Man­da­tário Re­gi­onal, o es­cultor Fran­cisco Si­mões, de He­lena Cor­reia, da Ju­ven­tude CDU, e de Edgar Silva.

 

Grande opor­tu­ni­dade para o povo da Re­gião

Paulo Rai­mundo afi­ançou que as elei­ções de 23 de Março «são uma grande opor­tu­ni­dade para o povo da Re­gião» exigir o que «é seu por di­reito», como «tra­balho digno, sa­lá­rios, res­postas para as cri­anças, mais e me­lhores trans­portes, uma vida me­lhor, acesso à ha­bi­tação».

Para isso, é ne­ces­sário afirmar e dar mais força à CDU. «Es­tamos con­fi­antes e certos que serão muitos os que irão não apenas apoiar a CDU, não apenas votar na CDU nas pró­ximas elei­ções, como serão eles pró­prios di­na­mi­za­dores e pro­ta­go­nistas desta di­nâ­mica que já está em marcha e pre­cisa de crescer, le­vando mais longe o nosso tra­balho, a afir­mação do pro­jecto e dos can­di­datos que lhe dão corpo», su­bli­nhou.

 

Cam­panha de es­cla­re­ci­mento

Edgar Silva afirmou que tem fal­tado «visão es­tra­té­gica quanto ao in­te­resse re­gi­onal» e «von­tade po­lí­tica para de­fender as ac­ti­vi­dades pro­du­tivas e os pro­dutos re­gi­o­nais». Numa acção re­a­li­zada, sexta-feira, na Praça do Peixe, Fun­chal, o can­di­dato in­formou que «a mai­oria do pes­cado con­su­mido» na Ma­deira «é im­por­tado», uma vez que a pro­dução re­gi­onal não con­segue «dar res­posta à pro­cura dos pro­dutos da pesca». «Se temos tanto mar e tão pouco peixe é porque os go­ver­nantes não fazem da pro­dução re­gi­onal uma pri­o­ri­dade», re­feriu.

O mesmo acon­tece com ou­tros pro­dutos des­ti­nados ao con­sumo ali­mentar, como o leite, natas, fa­ri­nhas, ce­reais, frutas e le­gumes. «Até as flores são im­por­tadas», cri­ticou.

Santa Cruz

No sá­bado, Edgar Silva alertou para o «es­tado de aban­dono do Li­toral de Santa Cruz». Deu como exemplo a frente-mar do Porto Novo, alvo de «prá­ticas po­li­ti­ca­mente cri­mi­nosas», ou o mar dos Reis Magos, no Ca­niço, onde «as des­cargas de es­gotos pro­vocam es­can­da­losas con­ta­mi­na­ções do oceano». Na zona do Por­tinho, no Ca­niço de Baixo, pers­pec­tiva-se outro «crime contra o am­bi­ente e o or­de­na­mento do ter­ri­tório na orla cos­teira» com o li­cen­ci­a­mento de um novo hotel.

Curral das Freiras

No Curral das Freiras, o ca­beça de lista da CDU as­si­nalou, do­mingo, que «na le­gis­la­tura an­te­rior não houve uma única ini­ci­a­tiva par­la­mentar sobre os pro­blemas da po­breza e da ex­clusão so­cial». «Sem a CDU, não houve no Par­la­mento da Ma­deira qual­quer de­pu­tado ou grupo par­la­mentar com uma pro­posta re­la­tiva aos pro­blemas das de­si­gual­dades so­ciais ou sobre a in­jus­tiça so­cial», re­forçou.

 

In­jus­tiça sa­la­rial

Ri­cardo Lume con­tactou, no pas­sado dia 19, com os tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica e da Uni­ver­si­dade da Ma­deira. Nas ac­ções, o can­di­dato frisou que «não é acei­tável» que os tra­ba­lha­dores do Es­tado «au­firam sa­lá­rios in­fe­ri­ores ao sa­lário mí­nimo pra­ti­cado na Re­gião». Re­corde-se que na Ma­deira o sa­lário mí­nimo é de 915 euros, en­quanto o valor do sa­lário mí­nimo na­ci­onal da Ad­mi­nis­tração Pú­blica Cen­tral é 878,41 euros. «Na Re­gião Au­tó­noma da Ma­deira todos os tra­ba­lha­dores do sector pú­blico ou pri­vado não podem re­ceber um sa­lário in­fe­rior aos 915 euros», de­fendeu.

 



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