CESP persiste em reduzir horários do comércio

Na vés­pera de uma au­dição na AR, o CESP/​CGTP-IN rei­terou que a re­dução dos ho­rá­rios do co­mércio «é da má­xima im­por­tância para os tra­ba­lha­dores» e o seu bem-estar, re­pu­di­ando a po­sição das mai­ores em­presas.

Nada jus­ti­fica que o co­mércio fun­cione até à meia-noite e ao do­mingo

A co­missão re­pre­sen­ta­tiva, que for­mal­mente avançou com uma ini­ci­a­tiva le­gis­la­tiva de ci­da­dãos pelo en­cer­ra­mento do co­mércio aos do­mingos e fe­ri­ados e pela re­dução do pe­ríodo de fun­ci­o­na­mento até as 22 horas, foi con­vo­cada para uma au­dição, ontem, na Co­missão de Eco­nomia, Obras Pú­blicas e Ha­bi­tação.

Este passo, no âm­bito da apre­ci­ação na ge­ne­ra­li­dade do Pro­jecto de Lei n.º 197/​XVI/​1.ª (Ci­da­dãos), sig­ni­fica que «está quase a ser vo­tada» na AR esta me­dida, como o Sin­di­cato do Co­mércio, Es­cri­tó­rios e Ser­viços de Por­tugal (CESP/​CGTP-IN) as­si­nalou na se­gunda-feira. Numa nota de im­prensa, ficou su­bli­nhado que «esta al­te­ração é da má­xima im­por­tância para os tra­ba­lha­dores» e «não existe qual­quer jus­ti­fi­cação para o co­mércio estar em fun­ci­o­na­mento até às 23 horas ou, em al­guns casos, até à meia-noite».

«O bem-estar dos tra­ba­lha­dores tem de existir dentro e fora do seu local de tra­balho, com ho­rá­rios dignos e com con­di­ções de vida e de tra­balho», frisou o sin­di­cato.

A ini­ci­a­tiva le­gis­la­tiva re­sultou de uma pe­tição, lan­çada em Março de 2023, que re­co­lheu mais de 27 mil as­si­na­turas.

Mai­ores em­presas pelo medo
«Uma vez mais, aqueles que lu­cram todos os dias com a ex­plo­ração de quem tra­balha, de­cidem lançar o fan­tasma e o medo do de­sem­prego, para evitar falar do que re­al­mente im­porta», co­mentou o CESP, na se­mana pas­sada, a pro­pó­sito de de­cla­ra­ções de uma res­pon­sável da As­so­ci­ação Por­tu­guesa de Cen­tros Co­mer­ciais.

A di­rec­tora-geral da APCC, Carla Pinto, veio ex­pressar o re­ceio de que o en­cur­ta­mento do ho­rário de fun­ci­o­na­mento possa re­sultar na perda de 18 mil postos de tra­balho di­rectos.

Para o CESP, tais de­cla­ra­ções «servem apenas a de­sin­for­mação e a pro­moção de uma cul­tura de medo, sobre as justas rei­vin­di­ca­ções dos tra­ba­lha­dores do sector e de muitas ca­madas da po­pu­lação».

O sin­di­cato as­si­nalou, numa nota de 28 de Fe­ve­reiro, que a APCC «re­pre­senta os in­te­resses das mai­ores em­presas do País, jus­ta­mente aquelas que con­ti­nuam a pra­ticar os sa­lá­rios mais baixos e os ho­rá­rios mais des­re­gu­lados do sector». Aquelas de­cla­ra­ções «são do seu in­te­resse», mas este «não é regra para todos os pa­trões do sector do co­mércio».

A al­te­ração por que se bate o CESP, com am­plos apoios, pre­co­niza que «os es­ta­be­le­ci­mentos de venda ao pú­blico e de pres­tação de ser­viços, in­cluindo os lo­ca­li­zados nos cen­tros co­mer­ciais, podem estar abertos entre as 6 e as 22 horas, de se­gunda a sá­bado, e en­cerram aos do­mingos e fe­ri­ados».

Hoje, a lei ad­mite a aber­tura do co­mércio nos sete dias da se­mana, das 6 às 24 horas.

 



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