Contra uma «comunidade europeia de defesa»

A Assembleia da República (AR) realizou, no dia 13, um debate marcado pelo Livre sobre «Europa, segurança e democracia», cuja iniciativa principal, apresentada por este partido, foi uma recomendação ao Governo para promover, junto da UE, a criação de uma «comunidade europeia de defesa».

António Filipe apontou que a proposta visava «uma europeização da política de defesa nacional e, sobretudo, dos investimentos [nesta matéria]. Aquilo que é o núcleo mais fundamental e essencial da soberania dos Estados, a sua defesa nacional, [seria] alienado a favor de um poder supra-nacional, para defesa de supostos “valores europeus”».

O deputado comunista criticou o Livre por, com esta proposta, alinhar «com os círculos dominantes da UE, e com uma histeria belicista, aliás insensata, que perpassa [esses] círculos», e que foram, no passado, responsáveis por catástrofes como a guerra civil na Jugoslávia ou a tragédia na Líbia.

Ao serviço dos «senhores da guerra»
Também Paula Santos teceu críticas ao Livre, considerando que o «debate foi agendado [por esta força], mas podia ter sido agendado por um partido de direita».

«Em vez de melhorar salários ou pensões, de assegurar o direito à saúde, à educação, à segurança social e à habitação, de contribuir para a paz e a segurança colectiva, a UE pretende desviar verbas para as armas, empurrando as pessoas para a pobreza, só para satisfazer os senhores da guerra», sublinhou a líder parlamentar.

O projecto do Livre acabou por ser rejeitado, contando com o voto contra do PCP.

 



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