Venezuela rejeita sanções dos EUA e «continua firme no seu caminho»

O Go­verno ve­ne­zu­e­lano re­jeitou de ma­neira firme e ca­te­gó­rica o anúncio do pre­si­dente dos EUA, Do­nald Trump, de impor uma ta­rifa adi­ci­onal de 25%, a partir de 2 de Abril, aos países ou ou­tras en­ti­dades que com­prarem pe­tróleo ou gás à Ve­ne­zuela. A Re­pú­blica Bo­li­va­riana da Ve­ne­zuela, em co­mu­ni­cado, qua­li­ficou a me­dida de «ar­bi­trária, ilegal e de­ses­pe­rada» e afirmou que, longe de afectar a de­ter­mi­nação do povo ve­ne­zu­e­lano, esta con­firma o fra­casso ro­tundo de todas as san­ções im­postas pelos EUA contra o seu país.

De­nun­ciou que, com esta nova acção, os EUA vi­olam fla­gran­te­mente as normas do co­mércio in­ter­na­ci­onal, em par­ti­cular o prin­cípio de país mais fa­vo­re­cido, que proíbe a dis­cri­mi­nação entre par­ceiros co­mer­ciais. Vi­olam também a proi­bição de res­tri­ções quan­ti­ta­tivas, que im­pedem a im­po­sição de bar­reiras co­mer­ciais en­co­bertas. E vi­olam ainda o prin­cípio de não dis­cri­mi­nação e de tra­ta­mento justo es­ta­be­le­cido pela Or­ga­ni­zação Mun­dial do Co­mércio.

O texto as­si­nala que tais normas foram cri­adas, pre­ci­sa­mente, para evitar que um país uti­lize o co­mércio como uma arma de pressão contra ou­tros países. E in­dica que Ca­racas exer­cerá todas as di­li­gên­cias per­ti­nentes junto dos or­ga­nismos in­ter­na­ci­o­nais para fazer valer os seus di­reitos e de­nun­ciar esta nova vi­o­lação do di­reito in­ter­na­ci­onal.

A nota ofi­cial as­se­gura que, apesar destas agres­sões, a Re­pú­blica Bo­li­va­riana da Ve­ne­zuela «con­tinua firme no seu ca­minho». Rei­tera que o país avança na sua rota de cres­ci­mento e pros­pe­ri­dade, jun­ta­mente com um povo que re­sistiu com dig­ni­dade e der­rotou cada ten­ta­tiva de sub­ju­gação.

«Não pu­deram nem po­derão deter-nos. A po­lí­tica de má­xima pressão fra­cassou na Ve­ne­zuela e no mundo», as­se­verou o co­mu­ni­cado go­ver­na­mental, di­vul­gado no dia 24. Lem­brou que, desde há anos, a di­reita fas­cista, re­pu­diada pelo povo ve­ne­zu­e­lano, pro­moveu a im­po­sição de san­ções eco­nó­micas contra a Ve­ne­zuela por parte dos EUA com a ilusão de obrigar o país a render-se. Mas fra­cassou, porque «a Ve­ne­zuela é um país so­be­rano, o seu povo re­sistiu com dig­ni­dade e o mundo já não se sub­mete a ne­nhum es­quema de di­ta­dura eco­nó­mica». Hoje, ga­rante, essa mesma es­tra­tégia fra­cas­sada pre­tende ser re­e­di­tada com me­didas co­er­civas que pro­curam minar o de­sen­vol­vi­mento deste país sul-ame­ri­cano.

Ter­mina o co­mu­ni­cado rei­te­rando que a au­to­de­ter­mi­nação do povo ve­ne­zu­e­lano cresceu sempre que en­frentou di­fi­cul­dades e que esse povo os­tenta com or­gulho «a sua con­dição de her­deiro das gló­rias do maior li­ber­tador da Amé­rica, Simón Bo­lívar».

Emi­gração re­sulta das san­ções
As au­to­ri­dades da Re­pú­blica Bo­li­va­riana da Ve­ne­zuela exigem que os emi­grantes ve­ne­zu­e­lanos sejam tra­tados com res­peito, acu­sando os go­vernos de EUA e El Sal­vador (para onde muitos ve­ne­zu­e­lanos foram ex­pulsos) de per­se­guição e xe­no­fobia. O go­verno bo­li­va­riano ga­rante que a Ve­ne­zuela é um país «de luta e re­sis­tência» e que não aban­dona os seus ci­da­dãos, vivam eles onde vi­verem.

Além do mais, su­blinha, a mi­gração em massa de ve­ne­zu­e­lanos é con­sequência di­recta das san­ções im­ple­men­tadas pelos EUA e de­fen­didas pela ex­trema-di­reita li­de­rada por Maria Co­rina Ma­chado. Não se pode de­fender os mi­grantes e, ao mesmo tempo, apoiar as po­lí­ticas que os ex­pul­saram, acres­centa. O go­verno ve­ne­zu­e­lano acusa esses mesmos po­lí­ticos que exi­giram san­ções de des­fru­tarem de luxos no es­tran­geiro, en­quanto os emi­grantes ví­timas dessas mesmas san­ções so­frem de xe­no­fobia e abusos.

O go­verno ve­ne­zu­e­lano acusa as au­to­ri­dades sal­va­do­re­nhas de vi­o­larem os di­reitos fun­da­men­tais dos emi­grantes, ga­ran­tindo mesmo que muitos ve­ne­zu­e­lanos correm pe­rigo de vida.

 



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