Aniversário do Partido no Seixal junta 700 pessoas em defesa da paz

Cerca de 700 pes­soas par­ti­ci­param, do­mingo, em Cor­roios, Seixal, num al­moço co­me­mo­ra­tiva do 104.º ani­ver­sário do PCP. Paulo Rai­mundo apelou à de­fesa da paz, da so­li­da­ri­e­dade e da co­o­pe­ração entre os povos.

«Con­tigo todos os dias. Di­reitos, sa­lá­rios, pen­sões, saúde, ha­bi­tação»


«Contigo todos os dias. Direitos, salários, pensões, saúde, habitação» e «Pela paz e solidariedade com todos os povos» eram mensagens fortes que os participantes – muitos jovens – podiam ler no Pavilhão Multiusos da Quinta da Marialva. Ali viveu-se, uma vez mais, um ambiente de plena camaradagem, com encontros e reencontro de outras lutas pela construção de um futuro mais justo e igualitário. Nas mesas estavam cravos rubros, envergados com orgulho, para afirmar, bem alto, «25 de Abril sempre, fascismo nunca mais», o que ali faz ainda mais sentido.

A en­trada do Se­cre­tário-Geral do PCP foi no­tada pela gi­gante ovação e salva de palmas que ecoou no es­paço. Se­guiu-se um «belo al­moço», pre­pa­rado, con­fec­ci­o­nado e ser­vido, com muito or­gulho, pelos ca­ma­radas do con­celho, como foi va­lo­ri­zado por Paulo Rai­mundo, na in­ter­venção que en­cerrou a ini­ci­a­tiva. O mo­mento contou ainda com as pa­la­vras de Ca­ta­rina Menor, da Di­recção Na­ci­onal da JCP, de Paulo Silva, pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal do Seixal, e de Paula Santos, da Co­missão Po­lí­tica e líder par­la­mentar do PCP. No palco es­ti­veram mem­bros de todas as or­ga­ni­za­ções de fre­guesia do con­celho do Seixal, da Co­missão Con­ce­lhia e dos or­ga­nismos exe­cu­tivos do Co­mité Cen­tral.

«Tempos som­brios»
De­pois de re­cordar o papel fun­da­mental do Par­tido na luta contra o fas­cismo e no criar de con­di­ções que pos­si­bi­li­taram o 25 de Abril, um dos mais altos mo­mentos da his­tória do País, Paulo Rai­mundo des­tacou a im­por­tância da re­a­li­zação do XXII Con­gresso do PCP, que se re­a­lizou nos dias 13, 14 e 15 de De­zembro de 2024, no con­celho vi­zinho de Al­mada, sob o lema «Força de Abril. Tomar a ini­ci­a­tiva, com os tra­ba­lha­dores e o povo. De­mo­cracia e so­ci­a­lismo», que foi «um sinal de es­pe­rança para en­frentar os tempos som­brios que o mundo atra­vessa».

De­nun­ciou «toda a de­su­ma­ni­dade» dos «crimes de Is­rael sobre a po­pu­lação pa­les­ti­niana» com «as armas dos EUA». O apelo soltou a pa­lavra de ordem «Pa­les­tina ven­cerá», tantas vezes gri­tadas em inú­meras ac­ções, em todo o País e no mundo.

«É pre­ciso pôr fim à ma­tança em curso», re­forçou, cha­mando de «cri­mi­nosos» tanto aqueles que co­metem os crimes, como os que são cúm­plices desses mesmos crimes. «Os hi­pó­critas da União Eu­ro­peia, mas também o Go­verno por­tu­guês, têm as mãos man­chadas do sangue da Pa­les­tina», acusou, re­cla­mando «ac­ções fortes que po­nham fim à bar­bárie que está em curso», até porque «os povos não pre­cisam da cor­rida aos ar­ma­mentos, da guerra e da con­fron­tação», mas «de paz. É esta a grande ur­gência.»

Con­fronto com a Re­pú­blica Po­pular da China
O Se­cre­tário-Geral do PCP falou também sobre o «po­si­ci­o­na­mento tác­tico do im­pe­ri­a­lismo norte-ame­ri­cano re­la­ti­va­mente» à Ucrânia, que «não tem nada a ver com paz». «O que há, isso sim, é manter a todo o custo os in­te­resses dos EUA e re­cen­trar toda a sua força, o seu con­fronto, com a Re­pú­blica Po­pular da China», es­cla­receu, avi­sando: «Trump não é um aci­dente do sis­tema», antes «um va­lioso e pe­ri­goso ins­tru­mento de um ca­pi­ta­lismo que não he­sita em re­correr à guerra e ao fas­cismo», que ape­lidou de «bestas e mons­tros». «É par­ti­cu­lar­mente triste e pre­o­cu­pante ver as po­tên­cias im­pe­ri­a­listas eu­ro­peias a in­sis­tirem até ao li­mite no pro­lon­ga­mento da guerra», apontou, la­men­tando o facto de nunca haver «di­nheiro para a saúde, a edu­cação, as pen­sões, os sa­lá­rios, com­bater a po­breza», mas sempre exis­tirem «meios e re­cursos para o ar­ma­mento e para a guerra». «É pre­ciso, tal como o PCP tem dito desde a pri­meira hora, acabar com esta lou­cura», frisou Paulo Rai­mundo.

Agra­va­mento dos pro­blemas na­ci­o­nais
Sobre o go­verno PSD/​CDS, disse que «mais não foi do que uma co­missão ges­tora dos in­te­resses dos grupos eco­nó­micos», que sempre contou com o apoio de­ci­sivo do Chega, da Ini­ci­a­tiva Li­beral e do PS. «São todos res­pon­sá­veis pelo agravar dos pro­blemas» de «quem tra­balha e tra­ba­lhou uma vida in­teira» e «o País não aguenta mais a pro­mis­cui­dade entre o poder po­lí­tico e o poder eco­nó­mico», com «toda a cor­rupção» que lhe está as­so­ciada, acusou o di­ri­gente co­mu­nista, re­fe­rindo-se aos dois mi­lhões de pes­soas «em­pur­radas para a po­breza», ao «as­salto» à Se­gu­rança So­cial, ao «des­man­telar do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde», aos «ata­ques» aos di­reitos la­bo­rais.

Re­la­ti­va­mente à «en­trega» dos re­cursos pú­blicos aos grupos eco­nó­micos, Paulo Rai­mundo deu a co­nhecer que o go­verno de­cidiu pri­va­tizar, na 25.ª hora, a Si­lopor, uma em­presa es­tra­té­gica para o País, com um papel muito im­por­tante na re­gu­lação do preço da ar­ma­ze­nagem do ce­real (58 por cento do total na­ci­onal), re­le­vante nos preços dos pro­dutos ali­men­tares. «O as­salto é tão grande e tão des­ca­rado» que o exe­cu­tivo PSD/​CDS «de­cidiu per­doar 157 mi­lhões de euros de di­vida» à em­presa que gere a Si­lopor, trans­fe­rindo ri­queza do Es­tado para o sector pri­vado.

Re­solver os pro­blemas da mai­oria
Também por isso, o Se­cre­tário-Geral do PCP pediu mais votos e de­pu­tados da CDU nas elei­ções le­gis­la­tivas de 18 de Maio, que é «a única so­lução que está co­lo­cada para re­solver os pro­blemas da mai­oria». «Seja qual for o ce­nário pós-elei­toral, é na CDU, é nos seus votos, nos seus man­datos, que es­tará, como acon­tece hoje, a força de­ter­mi­nada de com­bate e de cons­trução, de de­núncia e de so­lu­ções, a força de con­ver­gência e de es­pe­rança», afi­ançou. Para hoje está pre­vista a apre­sen­tação dos pri­meiros can­di­datos da CDU aos 22 cír­culos elei­to­rais e no dia 8 de Abril é apre­sen­tado o com­pro­misso elei­toral.

 



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