Faixa de Gaza não está à venda, reafirmam palestinianos

Lusa

Intensificam-se os massacres e outros crimes das tropas israelitas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. As forças de Israel prosseguem também os ataques contra o Líbano e a Síria.

No dia 8, mais de 20 palestinianos foram mortos em resultado de uma nova vaga de bombardeamentos na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que o exército ocupante continua os seus assaltos e detenções na Cisjordânia.

Os mais recentes ataques sangrentos na Faixa de Gaza ocorreram na cidade de Deir al-Balad, no centro, em Beit Lahia, no norte, e na cidade de Gaza. No mesmo dia, na Cisjordânia, foram presos 39 palestinianos, em diversas operações militares – que incluem assaltos e demolições de habitações – em Tubas, Nablus, Beitunia, Belém e outras localidades.

Entretanto, foi confirmado que o exército israelita atacou cinco ambulâncias do Crescente Vermelho Palestiniano e das Nações Unidas, no dia 23 de Março, na zona de Rafah, e assassinou 15 socorristas. As autoridades de Israel tentaram esconder o crime, alegando que as viaturas não estavam identificadas, circulavam com as luzes apagadas e havia suspeitas de transportar o que designam de «terroristas». Mas um vídeo recuperado de um telemóvel junto dos corpos dos socorristas palestinianos, enterrados numa vala comum, mostra os veículos a serem atacados, apesar de bem identificados e com os faróis e as sirenes ligados.

Desde Outubro de 2023, em resultado dos ataques e bloqueio impostos por Israel, o número de mortos na Faixa de Gaza ultrapassa os 50 mil e o de feridos supera os 114 mil, num total de mais de 164 mil vítimas palestinianas, dezenas de milhares das quais são crianças.

FPLP condena apoio dos EUA a Israel
A Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) condenou o apoio do presidente norte-americano, Donald Trump, à agressão israelita contra a Faixa Gaza. As declarações de Trump durante a reunião que manteve, na segunda-feira, 7, na Casa Branca, com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, «constituem uma descarada declaração de plena participação dos EUA na guerra de genocídio contra Gaza», afirma a organização palestiniana.

A FPLP acusou Washington de ser o principal patrocinador da campanha bélica contra a Faixa de Gaza e de apoiar os massacres, o cerco, a fome e os planos para liquidar a Palestina. Destacou que a descrição que Trump faz de Gaza, como um lugar perigoso que exigirá décadas de reconstrução, não é mais do que uma nova admissão do «maior crime do século». Criticou também a política de incitamento racista para deslocar à força o povo palestiniano da sua terra.

Advertiu ainda que a Faixa de Gaza não está à venda, não será moeda de troca e não aceitará nenhuma oferta de reconstrução condicionada a uma rendição. Pelo contrário, acentuou, «continuará a ser o coração palpitante da Palestina, a vanguarda da firmeza e um dos símbolos mais proeminentes da nossa identidade nacional, que não poderá ser apagada por massacres, cercos e duvidosos acordos políticos».

A FPLP enalteceu a luta do povo palestiniano e realçou que a Faixa de Gaza é uma terra heróica. «Nem Trump, nem Netanyahu, nem nenhuma outra força na terra poderá quebrar a vontade do nosso povo nem extinguir a chama da resistência», reiterou.

 



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