Luta não desarma face à intransigência do grande patronato

Empresas de sectores como as telecomunicações ou o comércio têm, nas últimas semanas, negado justas reivindicações dos trabalhadores – que não aceitam calados esta recusa. Damos nota de algumas destas situações.

Trabalhadores não esperam parados e continuam a lutar

A resposta dos sindicatos é variada. Nalguns casos, esgotadas as negociações normais, as organizações sindicais foram obrigadas a recorrer a reuniões de conciliação no Ministério do Trabalho. Noutros, os sindicatos convocaram plenários de trabalhadores, para definir novas acções.

Em todos, fica uma certeza: os trabalhadores não esperam parados e continuam a lutar pelos seus direitos.

Intransigentes
Na Meo, os sindicatos como o SINTTAV ou o SNTCT tiveram de recorrer a reuniões de conciliação, desde o dia 4, contra a empresa que propunha, por exemplo, o aumento do subsídio de refeição em apenas um euro, e em defesa da correcção das assimetrias salariais e por aumentos dos salários acima da inflação. A próxima reunião será no dia 14.

As empresas do comércio de Lisboa(UACS) voltaram a adiar a negociação de um novo CCT (vigente há 17 anos), pretendendo impor a alteração do pagamento extra das horas nocturnas das 20h00 às 21h00, o que tiraria, pelo menos, 100 euros por mês a quem trabalhou o mês inteiro em horário nocturno. O CESP recorreu, igualmente, a uma reunião de conciliação.

Na Carris, a administração continua a insistir na proposta de aumentos aquém do necessário em matérias como salários e de subsídio de refeição. Vendo as suas propostas rejeitadas pelos sindicatos, considerou esgotada a sua capacidade negocial. Face a esta situação, o STRUP (com o SNMOT) promoveu, ontem, um plenário geral.

Também a Sonae mostrou a sua intransigência, recusando todas as propostas constantes do caderno reivindicativo dos trabalhadores para 2025. Das medidas exigidas, destacam-se o aumento de todos os salários em 15 por cento (nunca inferior a 150 euros), a promoção automática dos operadores de armazém e loja para operador principal, a integração dos trabalhadores da Wells na carreira de técnico e os 25 dias úteis de férias para todos.

Na REN, a FIEQUIMETAL afirma que a empresa se move «a passo de caracol», pouco se distanciando, nas reuniões com a comissão intersindical a 27 de Março e 3 de Abril, da sua intenção inicial, e continuando a insistir em parcos aumentos salariais e do subsídio de refeição. Estes aumentos significariam que o salário de entrada, subindo apenas 31 euros, se aproximasse, novamente, do salário mínimo nacional. A próxima reunião negocial com os sindicatos é hoje.

Por fim, a Brisa, na última reunião com o CESP, apresentou propostas que os trabalhadores consideram inaceitáveis, como um aumento de apenas 130 euros na valorização das carreiras (face aos 335 propostos pelo sindicato), a exclusão dos administrativos operacionais desta valorização, a alteração dos descritivos funcionais dos portageiros (agravando a polivalência de funções) ou a recusa em passar imediatamente os operadores de patrulhamento e ajudantes de obra civil a oficiais.

 



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