Teias do imperialismo nas universidades

Diversas universidades portuguesas receberam da embaixada dos EUA em Portugal uma mensagem ameaçando a rescisão unilateral de subvenções actualmente em vigor caso não fosse preenchido um formulário com questões que os dirigentes das instituições – e o próprio Conselho de Reitores – consideram «desadequadas», «intoleráveis» e «ofensivas da independência e da liberdade académicas». No caso do Instituto Superior Técnico foi-lhe mesmo comunicada a rescisão imediata do programa American Corner.

Num total de 36 questões, foi-lhes perguntado, por exemplo, se trabalhavam com «entidades ligadas a partidos comunistas, socialistas ou totalitários», se eram citados em acusações ou investigações relacionadas com terrorismo, cartéis, tráficos e imigração, se recebiam financiamento da República Popular da China, da Federação Russa, de Cuba ou do Irão e ainda se promoviam «agendas climáticas» ou a «igualdade de género».

Mas o que é, afinal, o programa American Corner, que funciona há mais de uma década em seis universidades portuguesas – Instituto Superior Técnico e universidades dos Açores, Aveiro, Porto (Faculdade de Letras), Lisboa (Faculdade de Letras) e Nova de Lisboa (Faculdade de Ciências e Tecnologia)? Segundo informação divulgada no próprio portal da Embaixada dos EUA em Portugal, há para cima de 600 “espaços americanos” em mais de 140 países, localizados em universidades, bibliotecas, centros comerciais e instalações de embaixadas. Oriundo do Departamento de Estado, o programa tem como objectivos proclamados «promover a comunicação da ciência» e «aproximar as culturas americana e portuguesa». No caso do IST, o American Corner assegurava à instituição cerca de 20 mil euros anuais.

Numa nota publicada anteontem sobre esta situação, o PCP denuncia o «flagrante desrespeito» pela autonomia universitária e pela soberania nacional. O inquérito enviado é revelador da «concepção reaccionária da Administração Trump», reflecte a «postura de quem se considera dono do mundo» e confirma que, para os EUA, as «relações internacionais não se pautam por princípios de cooperação e de respeito», antes «pretendem impor o seu domínio em todas as dimensões».

O PCP acrescenta ainda ser «incompreensível» que o Governo português se tenha mantido em silêncio durante tanto tempo, algo demonstrativo da sua «subserviência ao imperialismo norte-americano».

 



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