Jovens da URAP visitam Buchenwald
Um grupo de jovens da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) participou no Encontro Internacional de Juventude, em Buchenwald, na Alemanha. Antes, visitaram o Parlamento Europeu, em Estrasburgo, a convite do PCP.
Jovens de diferentes países europeus visitaram o campo de concentração de Buchenwald
Nos dias 5 e 6 deste mês, um grupo de jovens da URAP participou no Encontro Internacional de Juventude em Buchenwald, por ocasião dos 80 anos do final da II Guerra Mundial. O encontro foi organizado pela Federação Internacional de Resistentes (FIR), da qual a URAP é membro.
Os intervenientes visitaram a cidade de Weimar, em particular o novo Museu do Trabalho Forçado, no qual é abordada a dimensão e importância do trabalho escravo dos presos do regime nazi, em particular nos campos de concentração, assim como a ligação com as grandes empresas alemãs que dele se serviam, como as das indústrias químicas, farmacêutica, metalúrgica e de armamento, entre outras.
Os jovens portugueses, juntamente com as restantes delegações, provenientes de vários países europeus, deslocaram-se ao campo de concentração de Buchenwald, numa vista guiada feita pelo presidente da FIR, Ulrich Schneider. À tarde, participaram numa cerimónia de plantação de uma árvore, em memória dos presos do campo.
Para terminar a viagem, o grupo da URAP esteve junto ao monumento às vítimas do campo de concentração de Buchenwald, monumento construído pela República Democrática Alemã (RDA). Um delegado português fez uma intervenção sobre a importância da luta antifascista na actualidade e deu a conhecer a actividade da URAP.
A viagem proporcionou aos delegados portugueses um maior conhecimento da natureza do fascismo em diferentes contextos nacionais, assim como uma excelente oportunidade para jovens de diferentes países trocarem ideias sobre a importância da memória histórica e como a transportar para as lutas dos nossos dias.
A delegação da URAP, que foi acompanhada por César Roussado, membro da sua direcção, visitou antes, no dia 3 de Abril, o Parlamento Europeu, em Estrasburgo. A visita realizou-se a convite de João Oliveira, deputado do PCP, e a delegação teve a oportunidade de conhecer o funcionamento do Parlamento Europeu e de assistir a parte de um debate.
O campo
O regime nazi criou o Campo de concentração de Buchenwald em 1937, antes do início da Segunda Guerra Mundial. Entre Julho de 1937 e Abril de 1945, os nazis detiveram aí cerca de 250 mil pessoas. Estima-se que as SS nazis assassinaram pelo menos 56 mil prisioneiros nesse campo.
Uma das vítimas mais proeminentes em Buchenwald foi Ernst Thälmann, presidente do Partido Comunista da Alemanha até 1933, ano em que foi preso pelo regime nazi. A 18 de Agosto de 1944, as SS assassinaram-no em Buchenwald, depois de vários anos detido no campo de concentração.
Desde o final do Verão de 1941, e até 1943, a unidade especial SS Kommando 99 assassinou em Buchenwald cerca de 8 mil prisioneiros de guerra soviéticos.
A organização de resistência clandestina em Buchenwald libertou o campo de concentração a 11 de Abril de 1945, ainda antes da chegada das tropas aliadas. A resistência e luta dos prisioneiros de Buchenwald foi imortalizada no impressionante romance Nu Entre Lobos, de Bruno Apitz, publicado em Portugal pela Editorial Avante!.