Razões de luta reafirmadas na CP, no Metro e na Carris

Na transportadora ferroviária, o Governo desautorizou a administração e foi cancelada a proposta que os sindicatos estavam dispostos a aceitar, o que reforçou os motivos para a greve de 7 e 8 de Maio.

Para resolver os problemas dos trabalhadores, há sempre «dificuldades»

O Governo «diz não poder decidir porque está em gestão», mas, «muito recentemente, veio anunciar o novo plano ferroviário», observaram treze sindicatos (incluindo o SNTSF, da FECTRANS/CGTP-IN, e excluindo o SFRCI, que promoveu uma greve no dia 28), num comunicado conjunto que emitiram no dia 26, sábado, à noite, depois de uma reunião com o presidente da administração da CP. O Governo, criticaram, «está em gestão, para umas coisas, mas noutras pode decidir sem problemas».

Os sindicatos não entendem a decisão, já que «a CP não ia necessitar de um único cêntimo para cumprir com a proposta», pois «a verba a utilizar seria do próprio orçamento, com recurso à utilização de rubricas que tinham capitação em excesso ou desnecessária».

Na proposta agora retirada previa-se um aumento salarial, com efeitos a Janeiro de 2025 (para repor as diferenças face ao valor do salário mínimo nacional de 2018), uma nova actualização de quatro por cento, para todos os trabalhadores, em Dezembro, e a redução dos tempos de permanência nos índices salariais, a partir de Janeiro deste ano.

«Para os trabalhadores, há sempre dificuldades», protesta-se no comunicado, concluindo que a luta «agora ganhou nova razão» e garantindo que, a 7 e 8 de Maio, «os trabalhadores da CP, de todas as categorias profissionais, lutarão em defesa da sua dignidade, pela valorização dos seus salários e pela defesa do futuro da CP».

A concretização de uma greve ao trabalho suplementar e a eventos especiais, a começar já em Maio, no Metropolitano de Lisboa, depende de uma reunião agendada para hoje, com a administração.

A decisão, divulgada dia 23, num comunicado conjunto de cinco sindicatos, entre os quais o STRUP (da FECTRANS/CGTP-IN), foi tomada em dois plenários gerais, no dia 22, como resposta de «total desagrado» à última posição da administração, na negociação salarial. Será possível marcar outras acções de luta, até porque não está a ser cumprido o acordo de Dezembro passado, sobre o pagamento de variáveis (trabalho suplementar e feriados) anteriores a 2023, nem foi cumprida a anunciada decisão de aplicar por acto de gestão e processar os valores constantes na proposta.

Os aumentos dos preços dos produtos nas máquinas de self-service, para os funcionários da Carris, voltaram a aumentar, antes da Páscoa, «na ordem dos 40 por cento, absorvendo, desta forma, a actualização ocorrida do subsídio de refeição». No protesto do STRUP, a 22 de Abril, recordou-se que a administração, quando da assinatura do acordo salarial, uma semana antes, comunicara que o processo negocial iria prosseguir, no dia 30. Ora, para «demonstrar que honra os princípios da boa-fé negocial», a administração deverá aproveitar para resolver o pagamento das deslocações no tráfego e a calendarização para reduzir o horário de trabalho, já em 2025, a caminho das 35 horas semanais.

Coimbra

«Caso não haja evolução positiva nas duas matérias elencadas, daremos voz e consequência à retoma do processo de luta no início de Junho», avisou o sindicato.

O agendamento de uma reunião com o Governo para ontem, dia 29, levou os trabalhadores dos transportes urbanos de Coimbra (SMTUC) a suspenderem os quatros dias de greve, que teriam início a 21 de Abril, «num acto de boa-fé, de que possa vir a acontecer alguma coisa» naquele encontro – como disse à agência Lusa a coordenadora regional do STAL, Luísa Silva.

 



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