Contra o militarismo e a guerra: coragem e clareza na defesa da paz

Em tempos carregados de ameaças como aqueles em que vivemos, impõe-se coragem e clareza de posicionamentos. A CDU tem ambas de sobra, distinguindo-se de todas as outras forças por rejeitar firmemente o chamado “rearmamento europeu” e qualquer envolvimento de Portugal em conflitos ao serviço da NATO ou da UE, e por defender uma intervenção do País em prol da paz, da diplomacia e da resolução política dos conflitos internacionais – como, aliás, determina a Constituição da República Portuguesa.

A CDU recusa, sem hesitações, o caminho da militarização e da guerra


Se há questões em que não se deveria admitir ambiguidades e meias palavras, as que se relacionam com a paz e a guerra, pela sua natureza literalmente “de vida ou de morte”, estarão sem dúvida entre elas. Se ninguém ignora o quadro internacional instável e perigoso em que vivemos, as várias forças políticas divergem na avaliação dos problemas, nas leituras sobre as suas causas e no caminho para o superar.

Muito se tem falado do aumento das despesas militares, do “investimento em Defesa”, do “rearmamento europeu” (os nomes variam, mas a ideia é a mesma): a NATO impõe 2% do PIB, mas há já quem exija 3% ou até mesmo 5%. Para se ter uma ideia de que isto significa, 3% do PIB português é mais do que todo o orçamento do Ministério da Educação para 2025 e os tais 5% representam quase o dobro do orçamentado para habitação e infra-estruturas e aproxima-se do que será gasto pelo Ministério da Saúde.

Acontece que, ao contrário de outros temas (como o aumento de salários e pensões ou o reforço do SNS), neste caso poucas vezes se tem feito a pergunta da praxe: e o dinheiro para isto, onde se vai buscar? O Secretário-Geral da NATO já respondeu: à saúde e à segurança social – e, acrescentamos nós, também aos salários e às pensões, à escola pública, às respostas ao grave problema da habitação. E para quê? Para entregar mais e mais milhões de euros à indústria do armamento, a mesma que nos últimos anos – com a guerra na Ucrânia e o genocídio em Gaza – amealhou lucros históricos.

Não deixa de ser revelador da natureza militarista da UE a admissão de regras menos rígidas para que os países possam aumentar os seus gastos militares, regras essas que foram e são imutáveis para impedir a valorização de salários e pensões, o reforço de serviços públicos e o incremento do investimento público produtivo.

De PS, PSD, CDS, Chega e IL, sabemos o que esperar, pois nunca tiveram nada mais a propor nestas matérias do que a total submissão à NATO e à UE. Quanto ao Livre, tem sido dos mais empenhados defensores da militarização da União Europeia, da criação da Comunidade Europeia de Defesa e do aumento dos gastos com armamento. Já o BE tem assumido posições dúbias, entre o apoio mais ou menos explícito à política externa dos EUA, da NATO e da UE (partilhando alvos e objectivos fundamentais) e declarações recusando aquilo que é consequência lógica dessa mesma política. Nada que sossegue quem está preocupado com as possíveis consequências da escalada militarista.

Só o voto na CDU afirma com clareza o caminho da paz e a necessidade de travar a corrida aos armamentos e a escalada de confrontação e guerra.

Lusa

Carne para canhão, não!

No seu Compromisso Eleitoral, o PCP reafirma a rejeição da escalada armamentista em desenvolvimento, considerando que a mesma aumenta «os riscos de confrontação e guerra». Num país que tem ainda bem vivas as marcas da guerra colonial, o Secretário-Geral do PCP salientou, numa entrevista recente, que «não precisamos de carne para canhão, mas dos nossos jovens motivados, com estabilidade no trabalho, acesso à habitação e uma vida melhor para cá ficarem, estudarem e contribuírem para o País andar para a frente».

No Compromisso Eleitoral, o Partido garante que «combaterá decididamente qualquer envolvimento das Forças Armadas portuguesas em conflitos ao serviço da NATO ou da UE, em confronto com a missão que lhes está constitucionalmente atribuída». A política de Defesa Nacional e o investimento nas Forças Armadas não devem ser submetidos às exigências da NATO e da UE, mas ser «determinada pelo interesse nacional e pelo cumprimento dos deveres constitucionais de Defesa Militar da República tendo em conta, nomeadamente, a vastidão da zona económica exclusiva sob jurisdição nacional».

Tanto o PCP, no seu Compromisso Eleitoral, como o PEV, na sua Moção de Acção Global (que podem ser consultados em www.cdu.pt), apontam a uma política externa que promova a paz e a cooperação, no espírito da Constituição da República Portuguesa. No caso da Ucrânia, o PCP continuará a exigir do Estado português todo o empenho «na obtenção de uma paz justa e duradoura, que dê resposta às causas do conflito e ponha fim à guerra». Reclama também a condenação inequívoca e uma acção consequente «com vista ao imediato fim do genocídio do povo palestiniano praticado por Israel» e o reconhecimento formal do Estado da Palestina, conforme as Resoluções das Nações Unidas.

 

A escalada militarista não garante a paz e a segurança, muito pelo contrário

Os defensores da corrida aos armamentos e do aumento das despesas militares alegam ser esta a única forma de salvaguardar a paz e a segurança: quanto mais armas tivermos, mais seguros estaremos, dizem-nos.

Mas isto não é verdade. As últimas décadas foram marcadas pelo significativo aumento das despesas militares; pela proliferação de bases militares, frotas navais e sistemas de artilharia e contingentes em vários pontos do mundo; pelo alargamento da NATO até junto das fronteiras da Rússia e a criação de novos blocos político-militares, como o AUKUS, visando a China; pelo fim de importantes acordos internacionais de controlo armamentista; pela sucessão de guerras, bloqueios e sanções contra países e povos, em claro desrespeito pelo Direito Internacional. O resultado está à vista, com o agravamento das tensões internacionais a níveis como há muito não se verificavam, colocando novamente a Humanidade perante a perspectiva de um confronto de proporções inimagináveis.

E não, a “Europa” (como lhe chamam) não está indefesa, como tantos hoje sugerem... Em 2023, as despesas somadas dos países europeus membros da NATO (que não incluía, ainda, a Finlândia e a Suécia) atingiam 376 mil milhões de dólares – 3,5 vezes mais do que as da Rússia e 1,3 vezes mais do que as da China. Já os EUA, que assumiam sozinhos para cima de 35% do total mundial, gastaram oito vezes mais do que a Rússia e três vezes mais do que a China. No seu conjunto, a NATO representava 55% do total de mundial, o que significava que 31 países (são agora 33) gastavam mais em armamentos, tropas e instalações militares do que os restantes 162 Estados representados na Organização das Nações Unidas.

Não, não são precisas mais armas. Antes pelo contrário.

Cumprir a Constituição, construir a paz

Como se garante então a paz? Para a CDU, a resposta é evidente: apostando na diplomacia, na negociação política, no respeito pela soberania dos povos e pelos princípios do direito internacional. Utopia? Nada disso, a história mostra precisamente que é este o caminho.

Recordemos a Conferência de Helsínquia sobre Segurança e Cooperação na Europa e a assinatura da sua Acta Final, em 1975, por dezenas de países europeus, incluindo a União Soviética, e ainda os Estados Unidos da América e o Canadá. Resultante da impetuosa luta pela paz e contra o imperialismo que marcaram esses anos, os princípios nela inscritos ajudaram a abrir uma fase de desanuviamento nas relações internacionais e permitiu que nos anos seguintes fossem assinados importantes acordos de redução e controlo armamentista, como o Acordo sobre Mísseis Antibalísticos ou o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio – dos quais os EUA se desvincularam unilateralmente, anos mais tarde, contribuindo para a presente escalada de tensão.

O caminho apontado pela CDU é, aliás, o que se encontra inscrito na Constituição da República Portuguesa, que os sucessivos governos têm desrespeitado (também) nesta matéria. No artigo 7.º inscreve princípios como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares ou o estabelecimento de um sistema de segurança colectiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.

 



Mais artigos de: CDU

Coragem e gente séria para avançar em Leiria

No passado sábado, 3, centenas deslocaram-se ao Clube Desportivo Moitense, na Marinha-Grande, num grande jantar e iniciativa da CDU que contou com a presença de Paulo Raimundo e João Delgado, candidato por Leiria.

Defesa do ambiente na Lagoa de Albufeira

No dia 6, a CDU esteve na Lagoa de Albufeira, Sesimbra, onde Heloísa Apolónia, candidata e dirigente do PEV, destacou a importância das propostas ecologistas, que permitem a conservação da natureza associada a «actividades económicas compatíveis com a biodiversidade». «Tem havido uma verdadeira...

Centenas no almoço de Vila Franca de Xira

No dia 4, centenas de activistas participaram num almoço em Vila Franca de Xira, onde Paulo Raimundo lembrou o Dia da Mãe (comemorado nessa data), afirmando que para verdadeiramente «resolver o problema da natalidade e do défice democrático» são precisas soluções a nível de direitos, salários,...

Em Beja, para pôr o País a produzir

Uma comitiva da CDU, encabeçada por Paulo Raimundo e Bernardino Soares, primeiro candidato por Beja, tendo ainda a presença de dezenas de activistas e amigos da CDU, assim como vários candidatos a nível autárquico, visitou, na passada sexta-feira, a 41.ª edição da Ovibeja, este ano com o lema: «+ Agricultura + Futuro»....

Grande apoio à CDU em Sobral de Monte Agraço

Na apresentação dos primeiros candidatos a todos os órgãos autárquicos do concelho, que decorreu, sábado, no Auditório Municipal de Sobral de Monte Agraço, a CDU traçou como objectivo manter as maiorias e recuperar a freguesia de Sapataria.

Prossegue a campanha para as legislativas

O Avante! continua a dar nota das diversas acções de campanha com os candidatos da CDU, que se têm desenvolvido nos diferentes círculos eleitorais. SantarémA CDU realizou, no dia 3, uma acção de contactos na Festa do Vinho, Cartaxo [foto], com a presença de Inês Santos e outros candidatos, ouvindo as preocupações da...

Apoiamos a CDU

Adelino Pereira Coordenador da US Aveiro, membro da Com. Exe. CGTP-IN   Adelino Silva Ex-preso político   Ana Amaral Técnica Auxiliar de Saúde Principal   Ana Faísco Arquitecta...