CDU discute, em Palmela, a situação da habitação
«A luta pela habitação é uma luta pelo futuro», assim nos deixou um dos testemunhos ouvidos na iniciativa da CDU sobre habitação, na ARPI de Pinhal Novo, em Palmela, no passado sábado.
A especulação, os aumentos das taxas de juro, a manutenção da “Lei dos Despejos”e o aumento das rendas fizeram duplicar o custo com habitação em 20 anos. Este caminho tem consequências na vida de milhões.
Uma deles é Rafael Meseiro que, ao intervir, desabafou que «mesmo com emprego estável, o sonho de ter uma casa própria era algo que não conseguia conquistar.» Esta experiência, como a do casal forçado a deixar o Pinhal Novo rumo a Alcácer do Sal, forçando longas deslocações diárias, são exemplos de uma situação da habitação que, em Setúbal, tem agravantes, como relatou Joana Bom. Num distrito onde «não é possível alugar uma casa por menos de 800 euros» e «os bairros de barraca aumentam» é impossível perspectivar qualquer futuro.
Falaram ainda Paula Santos, candidata pelo círculo de Setúbal, e Paulo Raimundo. A candidata denunciou a «facilidade nos despejos» e apontou que «quando olhamos para o dia-a-dia» vemos «dificuldades atrás de dificuldades». Paulo Raimundo questionou sobre como «estaria a educação ou a saúde» se o Estado apenas tivesse 2% de intervenção nas mesmas, como na habitação. Aquilo que é preciso é cumprir o artigo 65 na Constituição, pois «uma casa não são quarto paredes, é uma vida, são duas vidas, às vezes é a vida de uma família inteira».