Um vistoso espectáculo artístico em terra e manobras de aviões e helicópteros no ar transportando as bandeiras do Partido Comunista do Vietname (PCV) e da República Socialista do Vietname abriram a marcha, encabeçada por um enorme retrato de Ho Chi Minh e pelo símbolo dos 50 anos da Reunificação Nacional.

Desfilaram depois mais de meia centena de blocos em representação de diversos sectores da sociedade. Particularmente emotiva foi a presença, em autocarros de dois pisos decorados com as cores da bandeira da Frente Nacional de Libertação do Sul, de mais de 300 veteranos da guerra e testemunhos da heróica resistência do povo vietnamita, muito saudados pela multidão.

Desde madrugada que milhares de pessoas saíram às ruas da Cidade de Ho Chi Minh (a antiga Saigão) para assistir ao desfile e juntar-se à comemoração daquilo que o Secretário-Geral do PCV, To Lam, catalogou como «o feito mais brilhante na história da construção e defesa da pátria». No seu discurso, o dirigente comunista realçou que a vitória na guerra de resistência contra os EUA foi alcançada graças à liderança correcta e criativa do partido. O PCV e o presidente Ho Chi Minh, destacou, conduziram o exército e o povo a levar a cabo simultaneamente duas tarefas estratégicas: a revolução socialista no Norte e a revolução democrática nacional popular no Sul, repelindo os invasores.

Virado para o futuro, To Lam manifestou a sua convicção de que o país alcançará conquistas ainda maiores e «continuará a criar milagres na nova era de prosperidade e desenvolvimento nacional». «Construiremos um país mais digno e formoso, a par das potências mundiais, como o desejava o presidente Ho Chi Minh e é aspiração de toda a nação», afirmou.

Vincou que, quase 40 anos depois de iniciar o processo de renovação, «o Vietname superou muitas dificuldades e desafios»: a vida das pessoas melhorou significativamente, a taxa de pobreza diminuiu para 1,93 por cento em comparação com os mais de 60 por cento em 1986, e o potencial político, cultural, social, científico-tecnológico, de defesa nacional e segurança consolidam-se constantemente.

Aludiu também aos objectivos estratégicos do Vietname, que são converter-se num país em desenvolvimento, com uma indústria moderna e rendimento médio-alto, em 2030, e num país desenvolvido de altos rendimentos com orientação socialista, em 2045.

PCP felicita

O PCP enviou uma mensagem ao PCV por ocasião do 50.º aniversário do Dia de Libertação, na qual destaca a «capacidade de resistência e heroísmo» do povo vietnamita, que despertou a «admiração dos povos de todo o mundo e o mais amplo movimento de solidariedade internacional verificado após a Segunda Guerra Mundial, incluindo nos próprios EUA». E, acrescenta, «também em Portugal, onde a classe operária, a juventude e o povo português resistiam ao fascismo e avançavam rumo à sua Revolução libertadora de 25 de Abril de 1974».

O 30 de Abril de 1975, salienta o PCP, é «uma daquelas datas que marcam profundamente a história da luta libertadora dos trabalhadores e dos povos e que nem a sua ocultação pelo imperialismo nem a passagem do tempo conseguem apagar». Ela mostra que «nem a violência mais brutal nem os crimes mais hediondos» podem impedir a «libertação de um povo unido pelos valores do patriotismo, da liberdade, da justiça social e da paz e determinado a vencer».

O PCP destaca a inspiração que a vitória do povo do Vietname ainda hoje representa para a luta dos trabalhadores e dos povos e envia votos de que a «construção de um Vietname soberano, próspero e socialista» seja coroada de êxito.