Governo põe em causa acordo e tudo fez para não responder às reivindicações dos trabalhadores da CP
A acção do governo provocou o desencadeamento de greves por vários sindicatos do sector ferroviário.
O Governo, pela mão do ministro das Infra-estruturas, «não quis resolver o conflito para o tornar tema de campanha eleitoral, à custa dos trabalhadores da CP», acusaram os 13 sindicatos que convocaram a greve na transportadora ferroviária pública, a 7 e 8 de Maio. No mesmo sentido se pronunciou a CGTP-IN, afirmando, no dia 8, que «o Governo quer usar a situação que ele próprio criou para atacar os direitos dos trabalhadores, nomeadamente o direito à greve».
A greve, que teve adesão praticamente total em ambos os dias e provocou a supressão de todas as circulações, foi «a prova inequívoca do enorme descontentamento» dos trabalhadores e «da sua identificação com a justeza das nossas reivindicações», afirmaram os sindicatos, dia 9, num comunicado conjunto, assegurando que «a luta não termina aqui».
Perante «uma sucessão de mentiras e omissões, por parte do Governo e da CP», os 13 sindicatos recordaram a cronologia da negociação – que começou atrasada, face a outras empresas públicas, e terminou num acordo com a administração, a 24 de Abril, anulado dois dias depois pelo Governo, alegando estar em gestão.
A CGTP-IN assinalou que o acordo, «para além da valorização dos salários, carreiras e profissões, tem como objectivo promover a fixação e o recrutamento de trabalhadores», para que estes sejam em número «adequado ao normal funcionamento do serviço ferroviário».
Para a confederação, exige-se, no imediato, que o Governo «resolva a situação que criou, dando andamento ao acordo».