Professores reúnem em congresso e traçam prioridades
O 15.º Congresso Nacional dos Professores, órgão máximo da FENPROF, reuniu nos dias 16 e 17, no Fórum Lisboa, aprovando orientações e elegendo os novos órgãos dirigentes para o próximo triénio.
FENPROF «continuará o caminho de luta»
No encerramento, o Secretário-Geral da CGTP-IN destacou o «papel insubstituível da FENPROF» na defesa dos docentes e da «escola pública, gratuita, democrática, inclusiva e plural», lembrando que o «ataque aos trabalhadores [da escola pública] é um ataque à educação».
Tiago Oliveira sublinhou a necessidade de se continuar a lutar em defesa das conquistas de Abril, como a educação, saúde e segurança social, «direitos que querem transformar em negócio», frisando que, nestes tempos «marcados pelo neoliberalismo», ganha importância o combate pelo aumento dos salários e a valorização da contratação colectiva.
Caminho de futuro
Os novos dois secretários-gerais da federação(até agora secretários-gerais adjuntos) também endereçaram palavras aos congressistas. José Feliciano Costa prometeu que a federação «continuará o caminho de luta de há décadas», apontando como prioridades a exigência de mais financiamento no sector e a valorização da profissão, que passa obrigatoriamente pela revisão do estatuto da carreira docente.
O dirigente apontou, ainda, a necessidade de continuar a luta por uma «verdadeira recuperação integral de todo o tempo de serviço».
Já Francisco Gonçalves considerou «participação» a palavra-chave do congresso, patente na ampla adesão dos delegados aos documentos propostos e no elevado número de intervenções.
O dirigente, que apontou o congresso como o início de «um ciclo de transição geracional», referiu, ainda, que o rejuvenescimento da profissão terá de levar ao rejuvenescimento dos sindicatos e à formação de novos quadros sindicais.
Na sessão de abertura, interveio Mário Nogueira, secretário-geral cessante, que recordou alguns dos grandes momentos de luta dos professores nos últimos anos, como a prolongada greve às avaliações de final de ano em 2013 ou a manifestação nacional de 2023, que juntou mais de 150 mil docentes pela recuperação do tempo de serviço.
O congresso também contou com uma mensagem em vídeo do Presidente da República.
Documentos orientadores
O congresso aprovou, por unanimidade e aclamação, o programa de acção proposto pelo secretariado nacional cessante e pelos sete sindicatos da federação.
No documento, intitulado «Valorização, já! Por uma profissão com futuro e uma educação pública de qualidade!», são analisadas questões como o papel dos professores na escola e na sociedade, a profissão docente e as suas carreiras, as condições de trabalho, as políticas educativas e a organização da FENPROF, e apontadas soluções para os problemas levantados.
Também foram votadas uma resolução sobre acção reivindicativa (aprovada por unanimidade), alterações estatutárias e 11 moções sobre temas como a igualdade, Abril e o ambiente.
Novos órgãos
O congresso elegeu os novos órgãos da federação, que passou a ser encabeçada por dois secretários-gerais, solução colegial que já é comum nos sindicatos da FENPROF.
A lista para o conselho nacional, apresentada pelo secretariado nacional cessante e pelos sete sindicatos, foi aprovada por 577 delegados. Na sua primeira reunião, este órgão elegeu Anabela Sotaia para a sua presidência (substituindo Manuela Mendonça), e ratificou a composição do secretariado nacional. O congresso elegeu, também, o conselho de jurisdição.
Presença internacional
A sessão de abertura do congresso, além da actuação daorquestra do Agrupamento de Escolas Luís António Verney, contou com uma intervenção de David Edwards, da Internacional da Educação, que considerou o 25 de Abril como «uma lição para o mundo», que deixou um legado que é preciso continuar.
Também interveio Rawan Sulaiman, embaixadora da Palestina, que condenou o genocídio levado a cabo por Israel contra o seu povo.
No dia 15, teve igualmente lugar um seminário internacional com dezenas de representantes de organizações sindicais estrangeiras.