Sobral de Monte Agraço investe no presente para construir o futuro
Num concelho que regista um crescimento populacional acima da média nacional, Sobral de Monte Agraço tem vindo a afirmar-se como um território que investe no presente com os olhos postos no futuro. Com uma forte aposta na educação, na habitação, na mobilidade, na gestão pública da água e na valorização do património histórico e turístico, o município, de maioria CDU, tem concretizado um conjunto de medidas estruturantes que reforçam a qualidade de vida da população e a coesão do território.
«A educação será o futuro do nosso País e do nosso concelho»
O actual mandato ficou marcado por um forte investimento e iniciativas na área da educação, destacando-se as requalificações das escolas básicas (EB) de Pêro Pinheiro, de Sobral de Monte Agraço e Santo Quintino. «Apesar de não ser uma responsabilidade nossa, também foi requalificada a EB e Secundária Joaquim Inácio da Cruz Sobral, obras que incluíram a construção de três salas novas», adiantou José Alberto Quintino, presidente da Câmara.
A «aposta» teve a ver com o facto de o Sobral de Monte Agraço «estar a aumentar população». De acordo com dados mais recentes, em 2023, o concelho registava 11 879 habitantes, o que representa um aumento face aos 10 541 habitantes contabilizados no Censo de 2021. Este crescimento populacional é superior à média nacional e reflecte uma tendência positiva no concelho.
Simultaneamente, foi mantido o apoio às famílias, incluindo o transporte escolar, refeições, actividades de animação e apoio à família, bem como programas de ocupação de tempos livres durante as intervenções lectivas.
Outra medida que contribuiu para o aumento da população foi, seguramente, a mobilidade gratuita dentro dos 12 municípios da região [do Oeste] e para as viagens inter-regionais. Para a restante Área Metropolitana de Lisboa o passe custa 40 euros/mês para a maioria dos residentes, continuando gratuito para jovens até 23 anos e com descontos adicionais para cidadãos com mais de 65 anos.
Ao serviço da população!
Apesar de não ser uma obra deste mandato, José Quintino destacou a construção do Pavilhão Municipal Multisserviços António Lopes Bogalho, que tem sido utilizado para diversas actividades e eventos, como o Festival de Sopas e a Feira Empresarial.
Por não ser uma responsabilidade municipal, falta o Poder Central fazer o novo pavilhão desportivo na Escola Secundária, que tem um custo aproximado de 1,5 milhões de euros. Outra dificuldade apontada pelo autarca é a falta de médicos de família. «Dos 9 médicos [sete no Sobral e dois na Sapataria] que já tivemos, neste momento só existem três», lamentou. As reivindicações dirigidas aos sucessivos governos estendem-se à construção do Hospital do Oeste.
«Manter a água e o saneamento na esfera municipal»
Entre 2021 e 2025, o município de Sobral de Monte Agraço tem realizado investimentos significativos na gestão e infra-estrutura da água pública, com foco na eficiência, sustentabilidade e modernização dos sistemas existentes.
Luís Soares, vice-presidente, que a CDU candidata a presidente da Câmara, frisou a importância de «manter a água e o saneamento na esfera municipal», apesar de a autarquia estar a ser confrontada com «várias estratégias para fazer com que estes serviços sejam aglutinados entre vários os municípios». Deu como exemplo a EPAL metropolitana, uma «mega-estrutura que faria a gestão em baixa de todo o sistema de água e de saneamento». «Temos a experiência do que aconteceu com os resíduos. Depois de se criar uma estrutura é muito mais fácil privatizá-la», acusou Luís Soares, alertando para o facto de o município estar a ser completamente «cilindrado» pelas tarifas dos resíduos, que «passaram de 47 para 60 euros a tonelada».
Habitação e turismo são outras prioridades
Recentemente, a Câmara do Sobral de Monte Agraço desenvolveu uma Estratégia Local de Habitação (ELH), com um financiamento de três milhões de euros, que, segundo José Quintino, tem como objectivo principal «requalificar as habitações indignas». Num «primeiro passo», a autarquia adquiriu «um imóvel na vila para albergar pessoas susceptíveis de violência doméstica». O financiamento é igualmente dirigido aos privados para a construção de habitações a custos controlados ou acessíveis.
O turismo é outra grande «aposta», com o município a deter a presidência da Rota Histórica das Linhas de Torres (RHLT). Para além do centro histórico da vila, os visitantes podem ainda conhecer o Forte do Alqueidão, o Centro Interpretativo das Linhas de Torres e a Igreja de São Quintino, entre outros locais de interesse. A região oferece também vastos trilhos para caminhadas e BTT, permitindo o contacto com a natureza.
Construir o futuro
De olhos postos no futuro próximo, Luís Soares destacou a necessidade de «vias estruturantes que ajudem o concelho a crescer». «A rede viária municipal é altamente fustigada pelo trânsito que se deveria fazer pelas vias nacionais ou por algum eixo complementar, como o prometido IC11», adiantou o candidato e actual vice-presidente.
Outra prioridade que requer «muita capacidade e engenho» passa por «garantir financiamento de qualidade» para manter os equipamentos existentes, como as Piscinas Municipais, onde serão criados campos de padle, diversificando a oferta desportiva no concelho, promovendo estilos de vida saudáveis e reforçando a prática desportiva na comunidade.
Depois, «avançar com a requalificação do espaço exterior», num «concelho que está a crescer». «Temos mais pessoas para cuidar, para transportar, mais refeições escolares para fornecer», elencou Luís Soares, perspectivando, por isso, uma necessária valorização «dos serviços mais operacionais», quando «a própria estrutura da Câmara tem tentado adaptar-se a esta realidade de crescimento».
Neste percurso, importante será também a nova creche na Sapataria, com capacidade para 73 crianças, num investimento total de 1,1 milhões de euros. O projecto foi promovido pela Associação Popular de Sobral de Monte Agraço, com financiamento parcial do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) e apoio da Câmara Municipal, que cedeu o edifício da antiga escola primária para o efeito.