Candidata comunista apela à unidade em torno da sua candidatura à presidência do Chile
Após ganhar as eleições primárias no quadro do pacto Unidade pelo Chile, Jeannette Jara apelou à unidade das forças progressistas para continuar a trabalhar pelo país e oferecer-lhe uma alternativa nas próximas eleições. O Chile, recorde-se, tem um sistema presidencialista, em que o Presidente dirige o governo do país.
Apresentada pelo Partido Comunista do Chile, Jeannette Jara foi eleita, no dia 29, como candidata do pacto às presidenciais de Novembro, tendo obtido 60% dos votos nestas eleições primárias. «Este é um projecto colectivo em que todas e todos cumpriram um papel fundamental. Disse-o várias vezes, não venho vender promessas vazias, nem soluções fáceis. Não venho com milagres, mas sim com a garantia de que trabalharemos incansavelmente pelo nosso país», assegurou.
A candidata proposta pelos comunistas e apoiada também pela Acção Humanista e pela Esquerda Cristã, ficou à frente de Carolina Tohá, do Partido pela Democracia, que conseguiu 28% dos votos e contou com o apoio de socialistas, radicais, liberais e democratas-cristãos. Nestas primárias participaram também Gonzalo Winter, da Frente Ampla, o partido do presidente Gabriel Boric (que teve 9% dos votos) e Jaime Mulet, da Federação Regionalista Verde Social (que alcançou cerca de 3%).
«Percorremos este caminho juntamente com os homens e as mulheres que aceitaram o desafio de construir a partir das nossas posições um caminho comum. Sem eles nada disto seria possível e é com eles que vamos continuar a trabalhar», afirmou Jeannette Jara aos apoiantes do pacto Unidade pelo Chile, reunidos na noite de domingo, em Santiago, após serem conhecidos os resultados destas primárias.
A também ex-ministra do Trabalho considerou entre as tarefas principais do seu programa avançar no crescimento económico, melhorar os salários, fortalecer e modernizar o sistema de saúde e continuar com os programas de habitação. A segurança pública também fará parte das suas prioridades, a fim de garantir que as pessoas vivam tranquilas nos seus bairros, localidades e locais laborais.
«Enfrentar com a mais ampla unidade política e social possível a ultradireita e travá-la é a nossa tarefa nos próximos tempos», realçou a candidata comunista.
Em Novembro, os chilenos elegerão o novo Presidente da República e votarão para renovar por completo a Câmara de Deputados e eleger 23 dos 50 senadores.
Jeannette Jara enfrentará nas urnas Evelyn Matthei, da aliança conservadora Chile Vamos; José Antonio Kast, do Partido Republicano, de extrema-direita; Francisca Muñuz, do Partido Social-Cristão; e Johannes Kaiser, do Partido Nacional Libertário.