Palestinianos acusam Israel de guerra de extermínio

O jornal israelita Haaretz denuncia que soldados israelitas disparam deliberadamente sobre palestinianos que procuram alimento na Faixa de Gaza, porque lhes foi ordenado pelos seus superiores militares.

Israel quer impor a ocupação de todo o território palestiniano mediante a violência e uma ideologia racista

Lusa

Na Faixa de Gaza, pelo menos 580 palestinianos foram mortos e 4216 ficaram feridos em resultado de ataques de soldados israelitas nos denominados centros de distribuição de «ajuda» criados por Israel e EUA, em finais de Maio. As vítimas são homens, mulheres, crianças que procuram comida para sobreviver.

Quase diariamente são reportados ataques de militares israelitas contra as pessoas que se aproximam desses centros da recém-criada “Fundação Humanitária de Gaza”, muito criticados pela ONU. O comissário geral da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) denunciou que o novo sistema de distribuição de alimentos está muito longe de respeitar princípios humanitários, «não está desenhado para combater a fome» e «gera desumanidade, caos e morte».

O director-geral do Ministério da Saúde na Faixa de Gaza denunciou no domingo, 29, a morte de 66 menores de idade por falta de alimentos, como resultado do bloqueio imposto por Israel contra esse território palestiniano.

O médico denunciou que os grupos mais vulneráveis, em especial as crianças, são as principais vítimas da agressão em curso. As estatísticas reflectem a gravidade da crise humanitária enfrentada pela população da Faixa de Gaza: relatórios do Programa Mundial de Segurança Alimentar indicam que 1,2 milhões de palestinianos, incluindo 785 mil menores de idade, sofrem de insegurança alimentar.

Agrava-se a crise humanitária

As autoridades da Faixa de Gaza reportam agressões israelitas ao longo de todo o território, desde o bombardeamento de uma tenda de campanha que acolhia deslocados, na zona de Al-Mawasi, no sul, até uma incursão semelhante contra uma habitação no bairro de Zeitoun, na nortenha cidade de Gaza, passando pelo derrube de edifícios no centro urbano de Khan Yunis e pelo fogo de artilharia contra áreas nas imediações de Rafah, junto à fronteira com o Egipto.

Segundo dados oficiais, mais de 56 mil palestinianos foram mortos em consequência da agressão israelita iniciada em Outubro de 2023, enquanto o número de feridos supera os 133 mil, embora existam estimativas que apontam para muito mais vítimas entre a população palestiniana.

Tanto as Nações Unidas como diversas organizações não-governamentais alertaram nas últimas semanas para o agravamento da crise humanitária na Faixa de Gaza, por falta de alimentos, medicamentos e combustível em virtude do criminoso bloqueio imposto por Israel, situação que ameaça a vida de mais de dois milhões de pessoas.

Fome, genocídio e terra queimada
Num pronunciamento recente, o Movimento de Libertação Nacional Palestiniano (FATAH) acusou Israel de executar uma guerra de extermínio contra a população palestiniana na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, como parte da sua ambição expansionista. A agressão israelita atenta contra a existência do povo palestiniano, os seus direitos e a sua identidade nacional, denuncia a formação política fundada por Yasser Arafat.

A guerra desencadeada por Israel procura impedir o projecto nacional palestiniano e liquidar a solução dos dois Estados, denuncia a FATAH. Os massacres na Faixa de Gaza, juntamente com a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas, a destruição sistemática de hospitais, habitações e infra-estruturas, e a premeditada imposição da privação de água, alimentos e medicamentos a milhões de pessoas, confirmam que Israel pratica uma política de fome, genocídio e terra queimada, acusa.

 



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