Vencer em Beja é possível e essencial para unir a população
Em Beja, o Avante! conversou com Vítor Picado, um dos três vereadores da CDU na Câmara Municipal e primeiro membro da lista que se candidata ao executivo nas próximas eleições autárquicas. Na capital do Baixo Alentejo, para bem da população, o objectivo, explicou o candidato, é vencer.
Oito anos de gestão PS pioraram o dia-a-dia dos bejenses
O PS dirige os destinos do concelho de Beja há oito anos. O executivo tem três vereadores seus, três são da CDU e um no PSD. Neste último mandato não foram poucas as vezes em que Vítor Picado, Maria de Fátima Estanque e Rui Eugénio, eleitos pela CDU, debelaram os vários ataques perpetrados pelo PS contra os trabalhadores, os agentes culturais, micro, pequenos e médios empresários, os jovens e, de forma geral, todos os bejenses.
Nesta conta, sobra um vereador do PSD. «É o voto de desempate», conta o candidato. Mas não é um voto de desempate “equilibrado”: «sempre que necessário PS e PSD unem-se para travar um conjunto de propostas da CDU». O mesmo se aplica, explica, quando se trata de levar por diante propostas danosas para a população ou para os trabalhadores da Câmara Municipal (CM) e de outras empresas municipais».
Se este rumo se mantiver e se a opção dos bejenses não for outra nas próximas eleições autárquicas, avisa Vítor Picado, é a própria cidade e as freguesias rurais circundantes que enfrentarão mais quatro anos daquele que é o «mais cinzento período da história recente de Beja».
Oito anos de falhanços
É agora mais claro do que nunca que a vida não melhorou para os munícipes nos últimos oito anos. «O executivo falha nas mais pequenas coisas», conta, quase em tom de desabafo, Vítor Picado.
No que é da competência imediata da CM até todas as outras vertentes da vida em que o executivo poderia e deveria ter tido um impacto positivo, goraram-se as expectativas de quem acreditou na gestão do PS. É o que se verifica na gestão da água em que PS e PSD tentaram uma «privatização encapotada». Não o conseguiram por acção da CDU, mas mesmo assim oito anos bastaram para tornar a factura da água em Beja na segunda mais cara de entre as capitais de distrito do País.
A limpeza urbana chegou igualmente a um ponto de ruptura: «Beja que foi considerada há uns anos a cidade mais limpa do País, degradou-se de tal forma que muitas vezes até o sentimento das pessoas é o de vergonha com o que se está a passar». É a mesma degradação que se nota até na gestão dos cemitérios, conta.
A Estratégia Local de Habitação do município de Beja foi outro tiro ao lado. Vítor Picado fala dos 25 milhões de euros alocados e desperdiçados para esta frente de trabalho como a potencial maior vergonha do executivo. Da quantia inicial, aponta-se para um desperdício de pelo menos 15 milhões de euros. «Só se pôs em prática sete milhões enquanto o executivo municipal procura construir agora, à pressa, algumas habitações na periferia», acusa.
De acordo com esta apreciação da CDU estão os trabalhadores dos serviços municipais. É o caso do novo Acordo Colectivo de Empregador Público, com o suplemento de penosidade e insalubridade, em que, «não obstante haver condições para os aplicar e alargar, o executivo recusou-se a fazê-lo ou fê-lo de forma muito lenta». Relatam-no também os agentes culturais do concelho com quem a CDU, explicou o candidato, tem uma relação de grande proximidade. «A perda de candidaturas fundamentais à DGArtes causou, recentemente, graves prejuízos para os agentes culturais» e deveu-se à parca «capacidade de aglutinar vontades», explicou Vítor Picado.
São falhanços que estão também à vista nas mais de dez mil famílias sem médico de família que «não encontraram no executivo camarário um porto de abrigo»; nas obras estruturantes que ficam aquém das expectativas, quer seja no IP8, no IP2 ou na electrificação da ferrovia e na dinamização do aeroporto. Acrescem os empresários que abandonaram o concelho por falta de condições e os turistas que pouco têm para visitar em Beja para além do seu delapidado centro histórico.
Prioridade em unir bejenses
Esta incapacidade de gestão vê-se nas maiores e mais pequenas coisas, mas a principal é, sem dúvida, na capacidade de agregação das vontades e opiniões dos bejenses. Em oito anos o executivo do PS foi capaz de desagregar completamente a sociedade civil e o movimento associativo do concelho. É este, assim, um dos principais objectivos colocados por Vítor Picado: «nós conhecemos a realidade, reunimos frequentemente com as entidades do território, as entidades locais e temos vindo a apalpar o pulso de maneira a podermos prestar o melhor serviço a Beja», afirma. «Sermos capazes de unir o que o executivo municipal, desde há oito anos, conseguiu desunir. Só assim conseguiremos prestar um serviço que honre a nossa história, tradição. Para isso temos pessoas que conhecem a realidade e estão disponíveis para trabalhar», acrescenta.
A par desta primeira prioridade, a candidatura da CDU faz-se acompanhar de um plano de intervenção assente em três eixos fundamentais. É necessário dar resposta às aspirações da população e ao seu bem-estar, com a atracção de investimentos para reforçar a actividade económica e o emprego, e incentivar a cidadania e a participação da população nos assuntos de interesses público. A afirmação da cidade e do concelho a nível nacional e internacional, com o reforço da dinâmica cultural, a qualificação do centro histórico e a valorização patrimonial, e com a melhoria da mobilidade e acessibilidade interna. Em último, mas não menos importante, referiu Vítor Picado, está a melhoria dos serviços municipais.
Confiança
Para Vítor Picado, a solução para os problemas do concelho de Beja é simples: «é vencer, claramente, não há outra forma, é vencer. Aliás, estamos legitimados pela força da população e dos diferentes grupos com quem temos vindo a falar». «Beja precisa de um presidente e de uma equipa capaz de unir onde o PS falhou. É o melhor serviço que o próximo executivo pode prestar à população», concluiu.