Biliões depositados em off-shores

Paraísos do capital

Os mais ricos do mundo co­lo­caram pelo menos 21 bi­liões de dó­lares em pa­raísos fis­cais, apro­xi­ma­da­mente a soma dos pro­dutos in­terno bruto dos EUA e Japão, cal­cula-se num re­la­tório ela­bo­rado pela or­ga­ni­zação não-go­ver­na­mental Rede de Jus­tiça Tri­bu­tária, que tem como base os dados di­vul­gados pelo Fundo Mo­ne­tário In­ter­na­ci­onal, Banco Mun­dial e banos cen­trais.

O autor do re­la­tório e ex-con­sultor da Mc­Kinsey, James Henry, nota, no en­tanto, que a es­ti­ma­tiva é con­ser­va­dora, po­dendo o mon­tante global co­lo­cado pela oli­gar­quia mun­dial em pa­raísos fis­cais, como as Caimão ou a Suíça, as­cender a 32 bi­liões de dó­lares.

A ONG fez as contas e afirma que, todos os anos, pelo menos 280 bi­liões de dó­lares em im­postos não são cap­tados pelos es­tados.

No mesmo texto cons­tata-se a acu­mu­lação e con­cen­tração de ca­pital re­gis­tada nos úl­timos cinco anos, isto é, em pleno con­texto de an­te­câ­mara e eclosão da ac­tual crise ca­pi­ta­lista. De acordo com o do­cu­mento, os dez mai­ores bancos mun­diais mais que du­pli­caram o mon­tante de ca­pital que ge­riam, pas­sando de 2,3 bi­liões de dó­lares em 2005 para mais de seis bi­liões em 2010.

Si­mul­ta­ne­a­mente, um outro re­la­tório ela­bo­rado pela or­ga­ni­zação Trans­pa­rência In­ter­na­ci­onal acusa as mai­ores em­presas mun­diais de não di­vul­garem as res­pec­tivas contas anuais. Entre 105 grandes cor­po­ra­ções, so­mente quatro dis­po­ni­bi­li­zaram para con­sulta pú­blica todos os ele­mentos re­la­tivos a todos os países onde operam.

Das 105 mul­ti­na­ci­o­nais ana­li­sadas, quase me­tade, 50, não di­vulgam as res­pec­tivas re­ceitas em ne­nhum dos países onde re­a­lizam ne­gó­cios, 85 não pu­blicam os im­postos que pagam nesses ter­ri­tó­rios, e 39 não di­fundem quais­quer dados fi­nan­ceiros.

«As em­presas com pi­ores re­sul­tados na Eu­ropa, Ásia e Amé­rica são todas bancos», alerta o texto, ci­tado pela Lusa.



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