Milhares mobilizados para sábado

Professores voltam à rua

A Fen­prof lem­brou an­te­ontem as muitas e fortes ra­zões para que os pro­fes­sores re­a­lizem este sá­bado uma grande ma­ni­fes­tação na­ci­onal, re­cla­mando outra po­lí­tica e outro Go­verno, para a Edu­cação e para o País.

A con­cen­tração é às 15 horas, no Marquês de Pombal

Deste Go­verno e do mi­nistro Nuno Crato, a Fe­de­ração Na­ci­onal dos Pro­fes­sores não es­pe­rava mu­danças po­si­tivas, ad­mitiu Mário No­gueira, na con­fe­rência de im­prensa re­a­li­zada em Coimbra. Mas a «obra» e as in­ten­ções vi­eram dar acres­cida razão ao com­bate dos do­centes e dos seus sin­di­catos.

O Se­cre­tário-geral da Fen­prof re­feriu: a cri­ação de 224 mega e giga-agru­pa­mentos es­co­lares; uma re­visão cur­ri­cular que visou o des­pe­di­mento de mi­lhares de pro­fes­sores; o au­mento do nú­mero de alunos por turma, a tal ponto que a OCDE avisou que está com­pro­me­tida a qua­li­dade do en­sino; o au­mento dos tempos lec­tivos atri­buídos a cada do­cente.

Como prin­ci­pais con­sequên­cias destas me­didas, a fe­de­ração des­tacou: o au­mento do de­sem­prego, em 225 por cento, em apenas dois anos; 15 mil pro­fes­sores já re­gis­tados com «ho­rário-zero»; acres­cidas di­fi­cul­dades na or­ga­ni­zação e fun­ci­o­na­mento das es­colas; um claro em­po­bre­ci­mento do cur­rí­culo.

Quando, em De­zembro, anun­ciou o au­mento do ho­rário de tra­balho para 40 horas se­ma­nais, a trans­fe­rência do En­sino Bá­sico e Se­cun­dário para os mu­ni­cí­pios e a re­dução dos pro­fes­sores que o mi­nistro con­si­dera es­tarem a mais, o Go­verno com­provou que pro­cura mesmo des­truir a es­cola pú­blica e con­ti­nuar a criar graves di­fi­cul­dades, tanto ao tra­balho como à vida dos pro­fes­sores e edu­ca­dores.

As me­didas mais re­centes, anun­ci­adas pela boca do FMI, vi­eram con­firmar de­sejos já ma­ni­fes­tados pelo Go­verno PSD/​CDS, mas acres­cen­taram novas ame­aças ao ser­viço pú­blico de edu­cação e en­sino. Aqui in­clui a Fen­prof: re­duzir 14 mil pro­fes­sores, em 2013; atirar cerca de 35 mil para a mo­bi­li­dade es­pe­cial (com ainda maior re­dução de sa­lá­rios e des­pe­di­mento ao fim de dois anos); uma re­dução do sa­lário mensal em mais sete por cento (afir­mando a fe­de­ração que tal re­pre­sen­tará, até ao final deste ano, um corte no ren­di­mento cor­res­pon­dente a cinco sa­lá­rios, re­la­ti­va­mente a 2010); a mu­ni­ci­pa­li­zação e a pri­va­ti­zação do en­sino; o au­mento dos custos do En­sino Su­pe­rior; a des­qua­li­fi­cação do en­sino pro­fis­si­onal.

Mário No­gueira apontou graves con­tra­di­ções entre de­cla­ra­ções e pro­messas do mi­nistro Nuno Crato e aquilo que efec­ti­va­mente foi de­ci­dido ou posto em prá­tica.

Com a par­ti­ci­pação na ma­ni­fes­tação de sá­bado, mi­lhares de pro­fes­sores vão dizer que basta desta po­lí­tica e destas me­didas. Re­gressam à rua, porque nunca pac­tu­aram com estes ata­ques e não pac­tu­arão com um Go­verno que não res­peita a de­mo­cracia, a Cons­ti­tuição, a co­mu­ni­dade edu­ca­tiva e, muito par­ti­cu­lar­mente, os pro­fes­sores, disse o di­ri­gente da Fen­prof e da CGTP-IN.




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