Maioria de direita no PE chumba reforço de operações no Mediterrâneo

O Par­la­mento Eu­ropeu (PE) re­jeitou no dia 21 de Ou­tubro, por dois votos, uma pro­posta sobre o re­forço das ope­ra­ções de busca e sal­va­mento no Me­di­ter­râneo de re­fu­gi­ados e mi­grantes que pro­curam chegar à Eu­ropa. Sandra Pe­reira, de­pu­tada do PCP no PE, apre­sentou uma de­cla­ração de voto lem­brando que, desde o início do ano, mais de mil pes­soas já per­deram a vida no Me­di­ter­râneo ao fugir da guerra, da per­se­guição, da fome e mi­séria.

«São as es­tra­té­gias da in­ge­rência e in­ter­fe­rência em países ter­ceiros, que a re­so­lução ig­nora, que estão na origem dos ele­vados fluxos mi­gra­tó­rios», «é o ca­rácter se­lec­tivo e xe­nó­fobo das po­lí­ticas mi­gra­tó­rias da UE que con­tribui para estes nú­meros e a si­tu­ação dra­má­tica de mi­grantes e re­fu­gi­ados em ter­ri­tório eu­ropeu», de­nun­ciou.

Es­creve a de­pu­tada co­mu­nista: «Não obs­tante o bran­que­a­mento ao papel e ope­ração da Frontex, que con­de­namos, a re­so­lução iden­ti­fica pro­blemas e ir­re­gu­la­ri­dades ope­ra­ci­o­nais da­quele or­ga­nismo, as­si­nala a au­sência de ope­ra­ções na­ci­o­nais dos es­tados-mem­bros de busca e res­gate nas suas águas (por ori­en­tação da UE) e a au­sência de co­o­pe­ração entre es­tados para o es­ta­be­le­ci­mento de ope­ra­ções em rotas de tra­vessia co­nhe­cidas com as dra­má­ticas con­sequên­cias que daí re­sultam. Con­dena a cri­mi­na­li­zação das ONG que pas­saram a operar no Me­di­ter­râneo, subs­ti­tuindo-se à res­pon­sa­bi­li­dade que de­veria caber aos es­tados. De­nuncia o apoio da UE a ditas au­to­ri­dades lí­bias e as evi­dentes vi­o­la­ções do di­reito do mar e di­reito in­ter­na­ci­onal na busca e sal­va­mento de pes­soas em risco e no en­ca­mi­nha­mento para pro­ce­di­mentos de asilo».

Estas são ra­zões que jus­ti­ficam o voto fa­vo­rável do PCP a uma re­so­lução chum­bada pela mai­oria de di­reita no PE.

Dos de­pu­tados por­tu­gueses no PE vo­taram contra Nuno Melo (CDS), Álvaro Amaro e Maria da Graça Car­valho (PSD), que veio de­pois alegar que se en­ganou. José Ma­nuel Fer­nandes (PSD) abs­teve-se.

PCP no PE ques­tiona

A de­pu­tada co­mu­nista Sandra Pe­reira apre­sentou no PE, a 28 de Ou­tubro, uma per­gunta à Co­missão Eu­ro­peia.

Lembra que «con­ti­nuam a morrer re­fu­gi­ados e mi­grantes no Me­di­ter­râneo, pe­rante a in­di­fe­rença e a cum­pli­ci­dade da UE», que «a cri­mi­na­li­zação da so­li­da­ri­e­dade está a au­mentar na UE, com vá­rias si­tu­a­ções de vo­lun­tá­rios e ou­tros ci­da­dãos a serem in­ti­mi­dados, pro­ces­sados ou san­ci­o­nados por agirem por com­paixão para com os mi­grantes» e que «vá­rios países da UE re­correm à de­tenção de mi­grantes de forma sis­té­mica, fre­quen­te­mente por pe­ríodos re­pe­tidos ou pro­lon­gados».

Per­gunta à Co­missão Eu­ro­peia quando prevê apre­sentar a pro­posta re­la­tiva aos vistos hu­ma­ni­tá­rios; se está dis­po­nível para propor o au­mento dos meios ju­rí­dicos e se­guros com­ple­men­tares de en­trada para as pes­soas que pro­curam pro­tecção para além da reins­ta­lação; e que me­didas ten­ciona tomar para ga­rantir que as pes­soas que efec­tuam buscas e res­gates não sejam cri­mi­na­li­zadas e para ga­rantir que são cri­adas «al­ter­na­tivas efi­cazes e hu­manas à de­tenção de mi­grantes e que é posto termo à de­tenção de cri­anças, não acom­pa­nhadas e acom­pa­nhadas pelos seus fa­mi­li­ares.»




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