Nações Unidas exigem fim do bloqueio a Cuba

ONU Uma vez mais, o go­verno dos Es­tados Unidos ficou iso­lado da co­mu­ni­dade in­ter­na­ci­onal, que voltou a re­jeitar a sua po­lí­tica hostil a Cuba e exigiu na ONU o fim do blo­queio que mantém contra a ilha.

Na As­sem­bleia geral da ONU, 187 países vo­taram contra o blo­queio

Cuba re­cebeu, a 7 de No­vembro, um os­ten­sivo apoio mai­o­ri­tário da As­sem­bleia-geral das Na­ções Unidas com a apro­vação do pro­jecto de re­so­lução «Ne­ces­si­dade de pôr fim ao blo­queio eco­nó­mico, co­mer­cial e fi­nan­ceiro im­posto pelos Es­tados Unidos da Amé­rica contra Cuba».

«Ficou uma vez mais de­mons­trado o in­dis­cu­tível iso­la­mento de Washington, as suas pres­sões bru­tais re­flectem a ban­car­rota moral e a po­dridão do seu ac­tual go­verno», as­si­nalou o mi­nistro cu­bano dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros, Bruno Ro­drí­guez. A vo­tação na As­sem­bleia-geral da ONU foi «mais uma con­tun­dente vi­tória de Cuba, do seu he­róico povo, é um triunfo da ver­dade e da jus­tiça: 187 países vo­taram pelo fim do blo­queio», res­saltou.

O go­verno do pre­si­dente Jair Bol­so­naro rompeu com a tra­dição di­plo­má­tica do Brasil e ali­nhou obe­di­ente com os de­síg­nios norte-ame­ri­canos vo­tando contra a re­so­lução que pede o fim do blo­queio. Os ou­tros países a opor-se à exi­gência mun­dial contra o blo­queio foram os EUA e, como já é ha­bi­tual, Is­rael. Além disso, a Colômbia e a Ucrânia abs­ti­veram-se.

Se­gundo de­nun­ciou Bruno Ro­drí­guez, as au­to­ri­dades norte-ame­ri­canas exer­ceram grandes pres­sões e chan­ta­gens com o ob­jec­tivo de mudar o his­tó­rico pa­drão de vo­tação a favor da re­so­lução que pede o fim do blo­queio.

Na As­sem­bleia-geral, a de­le­gação norte-ame­ri­cana ex­pressou, com ci­nismo, que o seu go­verno apoia o povo cu­bano, quando se sabe que são os EUA os res­pon­sá­veis pela im­po­sição de res­tri­ções a toda a po­pu­lação da ilha, res­pondeu o mi­nistro cu­bano. O chefe da di­plo­macia cu­bana acusou a re­pre­sen­tação dos EUA de mentir e fal­sear os dados sobre «su­postas li­cenças para ope­ra­ções de vendas de me­di­ca­mentos e ali­mentos a Cuba, que muito di­fi­cil­mente chegam a con­cre­tizar-se».

«A de­le­gação dos EUA de­veria ex­plicar a esta As­sem­bleia as con­di­ções que impõe às com­pras cu­banas: não há acesso a cré­ditos, nem ofi­ciais nem pri­vados, deve-se pagar em di­nheiro quando a mer­ca­doria chega ao porto, per­se­guem-se os bancos que operam as nossas tran­sac­ções, não se podem uti­lizar barcos de Cuba», por­me­no­rizou Bruno Ro­drí­guez.

O blo­queio norte-ame­ri­cano pro­voca pre­juízos hu­ma­ni­tá­rios in­cal­cu­lá­veis, cons­titui uma vi­o­lação fla­grante, mas­siva e sis­te­má­tica dos di­reitos hu­manos de todo um povo, disse, en­fa­ti­zando que «o go­verno dos EUA é o res­pon­sável» por tudo isso.

Desde 1992, o maior or­ga­nismo das Na­ções Unidas ma­ni­festa-se contra o blo­queio, mas o go­verno dos EUA con­tinua a não ouvir a co­mu­ni­dade in­ter­na­ci­onal e mantém a sua po­lí­tica hostil contra Cuba.

Até à data, o blo­queio norte-ame­ri­cano contra Cuba é o sis­tema de san­ções uni­la­te­rais mais in­justo, se­vero e pro­lon­gado apli­cado contra qual­quer país no mundo.

Grupo de Pu­ebla
con­dena blo­queio

O Grupo de Pu­ebla, um es­paço fun­dado por 32 ex-pre­si­dentes e per­so­na­li­dades po­lí­ticas de 12 países, con­denou em Bu­enos Aires o blo­queio eco­nó­mico, co­mer­cial e fi­nan­ceiro im­posto pelos EUA contra Cuba.

No final do se­gundo en­contro do Grupo de Pu­ebla, que de­correu no fim-de-se­mana pas­sado, em Bu­enos Aires, os par­ti­ci­pantes no me­ca­nismo, que de­fende po­lí­ticas pro­gres­sistas na Amé­rica La­tina e Ca­raíbas, clas­si­fi­caram de ana­cró­nico o cerco dos su­ces­sivos go­vernos dos EUA à ilha ca­ri­benha.

«Sau­damos a nova con­de­nação feita pelas Na­ções Unidas e o apelo ao fim do blo­queio, com uma mai­oria es­ma­ga­dora de 187 países», as­si­nala a de­cla­ração do en­contro na ca­pital ar­gen­tina. Os subs­cri­tores la­mentam que entre os únicos três países que ali­nharam com os EUA se en­contre o Brasil, bem como a abs­tenção da Colômbia, que «mu­daram as suas po­si­ções, rom­pendo uma longa tra­dição la­tino-ame­ri­cana de con­de­nação do blo­queio contra um país irmão».




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