O combate da China contra a COVID-19 - alguns apontamentos
DETERMINAÇÃO A situação na China tem mostrado uma contínua melhoria com a normalização gradual da vida quotidiana das populações e da actividade económica, face ao surto epidémico detectado em finais de Dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na província de Hubei.
A China ofereceu assistência a 120 países no combate à COVID-19
No combate à epidemia, as autoridades chinesas consideram ter implementado medidas «completas, rigorosas e exaustivas», com um sistema de vários níveis de prevenção e controlo, com o eixo central em Wuhan, «numa estratégia que requereu os esforços conjuntos e a cooperação de todos os sectores da sociedade».
Consideram ainda que a China não lutou sozinha contra o surto porque contou com valioso apoio internacional, solidarizando-se e cooperando agora com outros países e diversas organizações multilaterais no combate ao surto epidémico, embora continue a enfrentar exigências e dificuldades. «Nós, chineses, acreditamos que uma gota de água oferecida em tempos de necessidade retornará como uma corrente de nascente abundante. Nunca esqueceremos os valiosos apoios que recebemos nos dias mais críticos», garantiu um diplomata chinês.
A China está a desenvolver um amplo conjunto de acções de solidariedade e cooperação, enviando profissionais de saúde, testes, ventiladores, máscaras ou fatos protectores, a mais de 90 países.
Entre outros exemplos, a China partilhou o seu protocolo de diagnóstico e tratamento com 180 países e mais de 10 organizações internacionais, peritos chineses celebraram 30 vídeo-conferências com especialistas homólogos de 100 países, e foram enviados, até ao momento, médicos para o Irão, Iraque, Itália, Sérvia, Venezuela ou Camboja, assim como grupos de especialistas para outros países.
A China intervém agora no controlo de casos «importados», procurando prevenir no seu país o surgimento de um novo surto da COVID-19.
«A situação epidémica na China está a avançar numa direcção positiva de forma contínua e o auge do actual surto de COVID-19 terminou no país», afirmou Xi Jinping, Presidente da República Popular da China, falando em Hangzhou, no dia 1 de Abril. Contudo, referiu que o risco que representam os casos importados aumentou consideravelmente no meio de uma acelerada propagação em todo o mundo. O Presidente chinês salientou igualmente a necessidade do reforço do trabalho relacionado com os casos assintomáticos.
Sendo apontado que o crescimento económico da China em 2020 conhecerá neste contexto uma considerável redução, as autoridades chinesas estão apostadas em que a China volte ao caminho de um rápido desenvolvimento económico e social e continue a ter um papel determinante no crescimento da economia mundial, sendo o impacto da pandemia temporário e limitado.
Reactivar o desenvolvimento
económico e social
As autoridades chinesas têm destacado a importância da coordenação entre o controlo da epidemia provocada pelo novo coronavírus e o desenvolvimento económico e social, assim como a necessidade de realizar um duro trabalho para alcançar os objectivos definidos para o desenvolvimento económico e social em 2020, nomeadamente quanto ao combate e à erradicação da pobreza.
As autoridades chinesas têm promovido intensos esforços no sentido da retoma do trabalho e da produção, da actividade económica em geral, do funcionamento do sistema logístico e das cadeias de produção ao nível global, salvaguardando e criando emprego e procurando fazer face ao impacto adverso sobre as exportações provocado pelas medidas restritivas adoptadas em diversos países no âmbito do combate ao coronavírus.
Embora o alastrar da COVID-19 esteja a ter um profundo impacto na economia mundial e criado acrescidos e novos desafios ao desenvolvimento económico e social da China, as autoridades chinesas têm sublinhado que a situação cria igualmente oportunidades para acelerar o desenvolvimento do país, nomeadamente nos sectores da ciência e da tecnologia e no plano industrial.
Para além da salvaguarda do papel estratégico e determinante das empresas e sector públicos na economia da China, as autoridades chinesas apostam na dinamização das pequenas e médias empresas, considerando que estas «superarão definitivamente as dificuldades, com o apoio do Partido, do governo e da sociedade».
Solidariedade e cooperação
no plano internacional
A China tem estado na linha da frente do combate contra a pandemia do novo coronavírus no plano mundial, defendendo, entre outros aspectos, a necessidade de uma resposta colectiva para o controlo e tratamento da enfermidade a nível internacional, contrastando com o comportamento das grandes potências, desde logo dos EUA.
Coerente com o seu conceito de «comunidade de destino compartilhado», a China procura, entre outros exemplos, partilhar boas práticas e investigações que está a desenvolver para vacinas e medicamentos, para além de promover e desenvolver a cooperação, nomeadamente no plano da biotecnologia.
Na opinião de diversos peritos, incluindo a Organização Mundial de Saúde, a China introduziu um novo padrão na resposta ao surto epidémico, implementando um diversificado conjunto de medidas, nomeadamente na prevenção da propagação da doença e no tratamento das pessoas contagiadas, incluindo com a rápida construção de hospitais.
Diversos peritos têm sublinhado que a comunicação e a articulação entre países, no plano bilateral e multilateral, são fundamentais para poder travar o vírus que a todos afecta, valorizando o papel da China na produção de conhecimento sobre o comportamento do novo coronavírus, aspecto que consideram importante no combate à pandemia, particularmente útil para que países com menos recursos possam tomar decisões baseadas nos dados fornecidos.
Guerra de propaganda
Face à acção e ao papel da China no combate à COVID-19, seja no plano nacional, seja no plano internacional, os sectores mais reaccionários e anticomunistas, têm intensificado a guerra de propaganda contra a China, em que a Administração Trump assume a dianteira com particular ferocidade, talvez para esconder a sua responsabilidade na ausência de resposta adequada ao surto epidémico no seu próprio país.
Uma guerra de propaganda que utiliza a mais baixa injúria para tentar decretar a estigmatização e a responsabilização da China pelo surto epidémico – recorde-se a xenófoba utilização por Trump da expressão «vírus chinês» para referir o novo coronavírus –, e depreciar e esconder a solidariedade e a cooperação da China com outros países no combate ao surto epidémico.
Fingindo ignorar as interrogações que se colocam sobre as origens do vírus e as análises daqueles que, incluindo nos próprios EUA, colocam a possibilidade da COVID-19 ter surgido inicialmente neste país, Mike Pompeo – secretário de Estado norte-americano e antigo director da CIA –, doutrina aos servis e aos incautos do mundo que o Partido Comunista da China é a «ameaça número um dos nossos tempos».
No entanto, a evolução da situação em cada país, o combate à pandemia e o papel nela desempenhado pela China, têm contribuído para desmascarar a guerra de propaganda promovida pelos EUA (e também papagueada pelos seus serviçais em Portugal). EUA que, no actual contexto de emergência sanitária mundial, não têm pejo em manter e intensificar o bloqueio contra Cuba e as sanções ilegais contra outros países, como o Irão, a Síria ou a Venezuela, dificultando-lhes intencionalmente e de forma criminosa o acesso a medicamentos e a equipamentos médicos.
Exemplos da guerra propagandística contra a China não faltam, incluindo em Portugal. Face à operação contra a China desenvolvida por órgãos de comunicação social no Reino Unido, um porta-voz da embaixada chinesa neste país realçou que as infundadas e falsas notícias difundidas ignoram por completo os enormes esforços e sacrifícios realizados pela China e o seu povo na luta contra a epidemia e negam a significativa contribuição do seu país para a defesa da saúde noutros países. Recordou que, após o aparecimento do surto de COVID-19, a China rapidamente identificou o patogénico do vírus, partilhou a sua sequência genética com a OMS e adoptou todas as medidas adequadas para conter a propagação da doença. Além disso, a China partilhou a sua experiência e ofereceu assistência a mais de 120 países, incluindo o Reino Unido. Em vez de distorcerem e difamarem os esforços e as contribuições da China, o diplomata chinês apontou que os órgãos de comunicação social deveriam abandonar a sua arrogância e preconceitos e ver objectivamente os esforços e resultados da China na luta contra a COVID-19 e na ajuda a outros países.
O mundo tem os olhos postos na China. A sua capacidade para ultrapassar dificuldades criadas pelo surto da COVID-19 à sua economia é da maior importância, não só para o povo chinês – com a concretização dos objectivos de desenvolvimento apontados pelo Partido Comunista da China e o Governo chinês –, mas também para a economia mundial. Reconhecer, como a Organização Mundial de Saúde reconheceu, o papel decisivo da República Popular da China para combater e derrotar o surto epidémico, e desenvolver acções de solidariedade e cooperação no plano internacional – incluindo com Portugal – é da mais elementar seriedade e justiça.