A três meses do referendo na Polónia

Partido Camponês abandona governo

O anúncio da saída do Partido Camponês Popular (PSL) da coligação que dava suporte ao governo social-democrata do primeiro-ministro polaco, abriu, no passado sábado, uma crise política que certamente se irá agravar nas próximas semanas.

Os desentendimentos entre a Aliança Social Democrata, que ganhou as eleições de em Outubro de 2001, e o PSL atingiram o ponto de ruptura, quinta-feira da passada semana, quando os deputados deste último partido inviabilizaram no parlamento um projecto do governo que introduzia o imposto de circulação automóvel, fortemente contestado pelos partidos de oposição.

A bancada do PSL, que decidiu votar contra no último momento, explicou que o chumbo do diploma visou atenuar o clima de tensão que envolve o país, onde desde há semanas os agricultores promovem manifestações contra a política do governo para o sector.

Ao desfazer a coligação, o primeiro-ministro Leszek Miller opta por governar sozinho, mesmo sabendo que conta com um reduzido apoio parlamentar de 216 deputados num total de 460. A hipótese de uma nova coligação continua a colocar-se sobretudo com o partido camponês radical Samoobna, que tem 47 deputados, e cujo líder já afirmou não excluir «nenhuma solução».

Pelo contrário, os chefes do Partido Liberal (PO), com 65 deputados, e a direita moderada do PiS, com 44 deputados, rejeitam qualquer coligação com os social-democratas. O partido católico (LPR) começou mesmo a exigir a demissão do governo de Miller.

Em plena campanha para o referendo sobre a adesão, marcado para o início de Junho, a maioria dos polacos (mais de 60 por cento) mostra-se favorável a entrada na União Europeia, porém para que a consulta seja válida é necessário que mais de 50 por cento dos eleitores participem no sufrágio. E quanto a este último aspecto as sondagens nada garantem.



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