Greve nos tribunais
Na segunda-feira a generalizada adesão à greve – cerca de 85 por cento, segundo o Sindicato dos Funcionários Judiciais – levou ao encerramento de metade dos tribunais cíveis de Lisboa, Almada, Matosinhos, Braga, Faro, Loulé e Praia da Vitória nos Açores. Para hoje está marcada uma grande concentração em Lisboa, a culminar três dias seguidos de protestos. As paralisações são de três horas em cada dia, à semelhança da greve realizada na semana anterior. Na segunda-feira, os trabalhadores concentraram-se frente aos Palácios da Justiça de Viseu, Porto e Faro. Ontem, as concentrações ocorreram em Coimbra, Braga e Setúbal. As más condições de trabalho e a recusa do Ministério da Justiça em dialogar com a estrutura sindical sobre a degradação do sector são os motivos da luta, agravada com recentes declarações da ministra Celeste Cardona que, segundo o sindicato, «são uma afronta aos trabalhadores», ao pretender aumentar as bonificações dos juizes por serviço urgente, sem atribuir qualquer acréscimo aos funcionários judiciais. A direcção do sindicato reúne amanhã para fazer o balanço destes três dias de greve, tendo já agendadas paralisações durante o Euro’2004 a tribunais de turno, entre 12 de Junho e 4 de Julho.
Como referiu o presidente do sindicato, Fernando Jorge, à agência Lusa, «está cumprida a primeira fase da greve».
O Governo diz que quer um acordo «para a competitividade e o emprego», mas ignora os parceiros sociais e avança com medidas unilaterais que, em regra, prejudicam os trabalhadores.
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