Greve por carreiras e salários dignos
A recusa do Governo em negociar as alterações ao estatuto de carreira provocou uma greve de enfermeiros, na terça-feira passada, que registou uma forte adesão por todo o País.
Só a luta pode forçar o ministério a negociar
A forma de luta foi decidida pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, SEP, devido à indisponibilidade demonstrada pelo Ministério para negociar as alterações que pretende introduzir no seu estatuto de carreira, no âmbito das reformas da Administração Pública.
Na quarta-feira da semana passada teve lugar uma reunião entre representantes sindicais e do Ministério onde a tutela terá justificado a recusa em negociar, argumentando com a ausência de indicações, por parte do Governo, para iniciar as negociações. No entanto, a dirigente do SEP, Guadalupe Simões, revelou à Lusa que o Ministério já tinha feito chegar uma proposta de alteração da carreira docente que veio comprovar a existência de orientações por parte da tutela neste sentido. Além disso, a tutela também avançou com um calendário negocial até ao final deste ano. Para os enfermeiros, isto significa que já existem princípios para a revisão das carreiras mas o Ministério recusa divulgá-los e aguarda que chegue o fim do ano para, em Janeiro de 2007, sem qualquer negociação, impôr as alterações que pretende.
Ministério produz pouco e mal
Após essa reunião de dia 21, o SEP recordou que já passa mais de um ano desde que o sindicato anunciou a sua proposta de alteração da carreira de enfermagem, constante na sua proposta de alteração do Acordo Colectivo de Trabalho, mas a tutela não cumpriu com os prazos de apresentação das propostas e suspendeu a negociação, em Outubro passado, após duas reuniões específicas sobre esta matéria.
Naquele mesmo dia, o sindicato acusou o executivo de estar assolado pelo «síndroma de perguicite», «que contribui para os baixos índices de produtividade».
Em Junho do ano passado, o Governo tinha anunciado a intenção de rever as carreiras. Nesse sentido, terá nomeado uma Comissão de Carreiras cujas conclusões do levantamento que efectuou deviam ter sido anunciadas em Abril passado, o que não veio a verificar-se, denunciou o SEP.
A ausência de respostas e a recusa de diálogo não deixaram alternativa aos enfermeiros senão a luta.
Uma classe atenta e mobilizada
Por todo o País, a classe de enfermagem deu provas de estar atenta e mobilizada para defender os seus direitos.
Segundo a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Guadalupe Simões, a greve registou uma adesão nacional rondar os 72 por cento, na maioria dos hospitais nacionais.
No distrito de Lisboa, a participação terá sido acima dos 70 por cento, contando com hospitais e centros de saúde.
Em Setúbal, a greve nos três hospitais rondou os 83 por cento, enquanto nos três principais hospitais do Porto, a luta registou uma participação entre os 50 e os 60 por cento, além de diversos centros de saúde terem ficado sem serviço de enfermagem.
Em Coimbra, 65 por cento dos enfermeiros do distrito terão aderiram ao protesto.
No Alentejo, segundo o sindicato, no Hospital de Beja a greve terá tido uma adesão de 81 por cento, enquanto no de Évora a participação rondou os 83 por cento.
Em Portalegre, embora a adesão tenha rondado os 44 por cento, o serviço de urgência funcionou apenas com serviços mínimos.
No Algarve, com uma adesão na ordem dos 85 por cento, encerraram os blocos operatórios dos hospitais de Faro e Portimão.
Nos Açores, a média rondou os 74 por cento, e fez adiar cirurgias nos três hospitais da região.
Nos centros de saúde, a adesão situou-se dentro da média nacional anunciada.
Na quarta-feira da semana passada teve lugar uma reunião entre representantes sindicais e do Ministério onde a tutela terá justificado a recusa em negociar, argumentando com a ausência de indicações, por parte do Governo, para iniciar as negociações. No entanto, a dirigente do SEP, Guadalupe Simões, revelou à Lusa que o Ministério já tinha feito chegar uma proposta de alteração da carreira docente que veio comprovar a existência de orientações por parte da tutela neste sentido. Além disso, a tutela também avançou com um calendário negocial até ao final deste ano. Para os enfermeiros, isto significa que já existem princípios para a revisão das carreiras mas o Ministério recusa divulgá-los e aguarda que chegue o fim do ano para, em Janeiro de 2007, sem qualquer negociação, impôr as alterações que pretende.
Ministério produz pouco e mal
Após essa reunião de dia 21, o SEP recordou que já passa mais de um ano desde que o sindicato anunciou a sua proposta de alteração da carreira de enfermagem, constante na sua proposta de alteração do Acordo Colectivo de Trabalho, mas a tutela não cumpriu com os prazos de apresentação das propostas e suspendeu a negociação, em Outubro passado, após duas reuniões específicas sobre esta matéria.
Naquele mesmo dia, o sindicato acusou o executivo de estar assolado pelo «síndroma de perguicite», «que contribui para os baixos índices de produtividade».
Em Junho do ano passado, o Governo tinha anunciado a intenção de rever as carreiras. Nesse sentido, terá nomeado uma Comissão de Carreiras cujas conclusões do levantamento que efectuou deviam ter sido anunciadas em Abril passado, o que não veio a verificar-se, denunciou o SEP.
A ausência de respostas e a recusa de diálogo não deixaram alternativa aos enfermeiros senão a luta.
Uma classe atenta e mobilizada
Por todo o País, a classe de enfermagem deu provas de estar atenta e mobilizada para defender os seus direitos.
Segundo a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Guadalupe Simões, a greve registou uma adesão nacional rondar os 72 por cento, na maioria dos hospitais nacionais.
No distrito de Lisboa, a participação terá sido acima dos 70 por cento, contando com hospitais e centros de saúde.
Em Setúbal, a greve nos três hospitais rondou os 83 por cento, enquanto nos três principais hospitais do Porto, a luta registou uma participação entre os 50 e os 60 por cento, além de diversos centros de saúde terem ficado sem serviço de enfermagem.
Em Coimbra, 65 por cento dos enfermeiros do distrito terão aderiram ao protesto.
No Alentejo, segundo o sindicato, no Hospital de Beja a greve terá tido uma adesão de 81 por cento, enquanto no de Évora a participação rondou os 83 por cento.
Em Portalegre, embora a adesão tenha rondado os 44 por cento, o serviço de urgência funcionou apenas com serviços mínimos.
No Algarve, com uma adesão na ordem dos 85 por cento, encerraram os blocos operatórios dos hospitais de Faro e Portimão.
Nos Açores, a média rondou os 74 por cento, e fez adiar cirurgias nos três hospitais da região.
Nos centros de saúde, a adesão situou-se dentro da média nacional anunciada.