Angola comemorou independência

Os 31 anos da proclamação de independência de Angola foram assinalados, no passado sábado, dia 11, com iniciativas culturais e desportivas envolvendo as populações em todo o país. As cerimónias oficiais concentraram-se em Luanda e Onasahalama.
Na província de Cunene, no Sul, o ministro da Administração Pública, Emprego e Segurança Social, Pitra Neto, sublinhou a necessidade de envolvimento de todos os angolanos no processo de consolidação da paz e da democracia, a começar, desde logo, pela participação no recenseamento eleitoral em curso com vista às próximas eleições. Na intervenção pública em Onasahalama, o vice-presidente do MPLA reiterou ainda o empenho do executivo governamental na melhoria das condições de vida do povo.
Na capital, a efeméride foi comemorada com os olhos postos nos mecanismos de desenvolvimento de Angola. O presidente, José Eduardo dos Santos, liderou a comitiva que recebeu no Aeroporto Internacional de Luanda os cinco novos aviões da companhia aérea nacional, a TAAG.
A entrega das aeronaves revestiu-se de particular importância não só porque nunca a Boeing tinha confiado tantos aviões de uma só vez a uma transportadora africana, mas também porque foi batido o recorde de horas de voo do modelo 777-200, mais de 16, entre Seattle e Luanda, tornando-se ainda a quarta ligação mais longa da história da aviação mundial. Acresce que todos os aviões foram tripulados por pilotos angolanos.

Gloriosa história de luta

A 11 de Novembro de 1975, Agostinho Neto proclamava, em Luanda, a independência de Angola. Quase 500 anos após a chegada dos portugueses ao território e na sequência de 14 anos de luta contra a ditadura colonial fascista– cujo mais destacado contributo e combate se deve ao MPLA - o povo angolano anunciava ao mundo a consolidação da liberdade.
A jovem República Popular de Angola então nascida começou a ser alvo das forças reaccionárias, desde logo pela proclamação da República Democrática de Angola, na cidade do Huambo, pela UNITA e a FNLA, forças apoiadas pelos EUA e pelo regime racista sul-africano.
Foi precisamente da África do Sul que veio a primeira campanha militar contra o Estado de Angola, mas os revolucionários angolanos apoiados por militares soviéticos e cubanos responderam à altura e rechaçaram a intentona. Depois da morte de Agostinho Neto, em 1979, Angola sobreviveu a quase uma década de guerra civil.
No final dos anos oitenta, quando os soldados cubanos começaram a abandonar o país, a África do Sul lançou nova ofensiva no Sul, e a batalha do Cuito passa à história como uma das mais violentas depois da II Grande Guerra. Vitória definitiva das forças revolucionárias e, em 1991, Cuba retirou os últimos militares de Angola, deixando para trás anos de abnegada solidariedade internacionalista.
Em 1992, o MPLA ganha as eleições gerais num sufrágio reconhecido internacionalmente, mas a UNITA de Jonas Savimbi não aceita a escolha popular e lança-se de novo na guerra civil. Até à morte de Savimbi, em 2002, a UNITA deambulou pelo país espalhando massacres.
Hoje Angola vive em clima de paz, mas décadas de guerra civil e ingerência estrangeira deixaram a nu todo o tipo de carências, desde infra-estruturas básicas de saúde, educação, habitação, saneamento, até à pobre dieta alimentar partilhada pela maioria dos angolanos.
Os recursos naturais do país, sobretudo diamantes e petróleo, garantem um crescimento económico assinalável - em 2004, mais de 11 por cento, e em 2005, mais de 20 por cento do PIB -, colocando ao governo de Luanda um desafio assumido pelos próprios: redistribuir a riqueza e desenvolver o país.


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