Dar água no deserto é crime
Um tribunal do Estado do Arizona condenou, a semana passada, um voluntário de uma organização humanitária que deixava garrafas de água para os imigrantes que atravessam o deserto em busca do sonho americano.
O tribunal diz que o jovem contaminava a zona protegida
O caso de Walt Stanton é chocante mas não é infelizmente único, dado que recentemente outros membros da organização «Não mais mortos» foram condenados a penas pecuniárias pela mesma razão. As autoridades consideraram o jovem de 27 anos culpado de contaminação da Reserva Natural de Buenos Aires, em Tucson.
A justificação do tribunal é que Stanton contaminava gravemente o meio ambiente e danificava as espécies autóctones, mas na verdade a condenação nada tem a ver com questões ambientais, antes é a penalização de uma prática humanitária seguida por outros cidadãos norte-americanos: deixar água aos imigrantes ilegais que cruzam a fronteira mexicana e atravessam o deserto rumo aos EUA.
Para que servisse de exemplo, o ministério público norte-americano foi muito duro nas exigências, pedindo que o tribunal multasse Stanton em 5 mil dólares e o condenasse a 5 anos de prisão. O activista acabou por ser condenado a um ano de pena suspensa e a 300 horas de trabalho comunitário na recolha de resíduos.
A parte da pena correspondente ao trabalho comunitário não deixa de ser, neste particular, absurda, uma vez que, contrariamente ao que alegam os porta-vozes oficiais – entre os quais o responsável pela Reserva Natural Buenos Aires -, a «Não mais mortos» recolhe por ano centenas de sacos com lixo apanhado precisamente naquela área desértica.
O que está em causa é a política migratória de Washington. Só nos primeiros seis meses de 2009 já morreram de inanição mais de 160 imigrantes naquela região. Dezenas de milhares de sul e centro-americanos arriscam a vida todos os anos, procurando fugir à miséria que grassa nos respectivos países, fruto das políticas ao serviço do capital implementadas por governos aliados dos EUA.
A justificação do tribunal é que Stanton contaminava gravemente o meio ambiente e danificava as espécies autóctones, mas na verdade a condenação nada tem a ver com questões ambientais, antes é a penalização de uma prática humanitária seguida por outros cidadãos norte-americanos: deixar água aos imigrantes ilegais que cruzam a fronteira mexicana e atravessam o deserto rumo aos EUA.
Para que servisse de exemplo, o ministério público norte-americano foi muito duro nas exigências, pedindo que o tribunal multasse Stanton em 5 mil dólares e o condenasse a 5 anos de prisão. O activista acabou por ser condenado a um ano de pena suspensa e a 300 horas de trabalho comunitário na recolha de resíduos.
A parte da pena correspondente ao trabalho comunitário não deixa de ser, neste particular, absurda, uma vez que, contrariamente ao que alegam os porta-vozes oficiais – entre os quais o responsável pela Reserva Natural Buenos Aires -, a «Não mais mortos» recolhe por ano centenas de sacos com lixo apanhado precisamente naquela área desértica.
O que está em causa é a política migratória de Washington. Só nos primeiros seis meses de 2009 já morreram de inanição mais de 160 imigrantes naquela região. Dezenas de milhares de sul e centro-americanos arriscam a vida todos os anos, procurando fugir à miséria que grassa nos respectivos países, fruto das políticas ao serviço do capital implementadas por governos aliados dos EUA.