Resistência nas Honduras
Milhares de hondurenhos manifestaram-se, quinta-feira, 25, contra a repressão e as políticas antipopulares do governo golpista e ao serviço do capital.
As mortes de membros da resistência sucedem-se com total impunidade
O protesto nacional convocado pela Frente Nacional de Resistência Contra o Golpe de Estado (FNR) percorreu as ruas do centro da capital, Tegucigalpa. A marcha passou pela Universidade Nacional, cujos trabalhadores se encontram em greve há mais de um mês em defesa de um novo contracto colectivo de trabalho e contra a privatização da instituição que, como outros segmentos do sector público, o executivo pretende colocar na mão dos privados.
No decurso desta luta, dezena e meia de dirigentes e activistas sindicais daquela Universidade foram já presos, facto que, sublinha a Frente, ilustra a conduta das autoridades face à resistência dos trabalhadores.
Na manifestação, os participantes lembraram igualmente as lutas pelo acesso à terra empreendidas pelos camponeses de Valle de Aguán, pese embora a violência dos grupos armados ao serviço dos latifundiários; exigiram o regresso do presidente deposto pelo golpe, Manuel Zelaya, que se encontra exilado na República Dominicana; e reiteraram a necessidade de convocação de uma nova Assembleia Constituinte, processo que, sustentam, permitiria retomar a legalidade interrompida pelo putch que derrubou o eleito pelo povo para o mais alto cargo da nação.
Luto carregado
A jornada dinamizada pela Frente de Resistência coincidiu com a greve geral promovida pelo sindicato dos professores. Na base da convocação da paralisação dos docentes está o assassinato, dia 23 de Março, do professor José Manuel Flores, empenhado dirigente popular e membro fundador do Partido Socialista Centro-americano (PSOCA).
Flores foi abatido a tiro no interior do Instituto San José del Pedregal, onde leccionava, perante o pânico e a estupefacção de colegas e alunos. A polícia diz que o professor foi assassinado por um grupo de delinquentes que, anteriormente, Flores havia contradito, mas a resistência hondurenha rejeita a tese da vingança por conflitos pessoais e acusa o governo liderado por Porfírio Lobo de estar por trás do homicídio.
O docente era um partidário de Manuel Zelaya, por isso o mataram. O que a oligarquia e os golpistas de turno pretendem é sufocar a revolta do povo e os seus dirigentes, argumenta a FNR.
José Manuel Flores junta-se aos dois sindicalistas e cinco jornalistas assassinados este ano nas Honduras, entre outros activistas da resistência também mortos por paramilitares que actuam com total impunidade.
Entre os jornalistas, José Bayardo Mairena e Víctor Manuel Juárez foram executados minutos depois de terem concluído um serviço noticiário na Rádio Súper 10. Nas mesmas circunstâncias faleceram David Meza, da Rádio El Pátio, Nahum Palacios, responsável pela informação na estação de televisão de Aguán, e Joseph Ochoa, do Canal 51 de Tegucigalpa.
No decurso desta luta, dezena e meia de dirigentes e activistas sindicais daquela Universidade foram já presos, facto que, sublinha a Frente, ilustra a conduta das autoridades face à resistência dos trabalhadores.
Na manifestação, os participantes lembraram igualmente as lutas pelo acesso à terra empreendidas pelos camponeses de Valle de Aguán, pese embora a violência dos grupos armados ao serviço dos latifundiários; exigiram o regresso do presidente deposto pelo golpe, Manuel Zelaya, que se encontra exilado na República Dominicana; e reiteraram a necessidade de convocação de uma nova Assembleia Constituinte, processo que, sustentam, permitiria retomar a legalidade interrompida pelo putch que derrubou o eleito pelo povo para o mais alto cargo da nação.
Luto carregado
A jornada dinamizada pela Frente de Resistência coincidiu com a greve geral promovida pelo sindicato dos professores. Na base da convocação da paralisação dos docentes está o assassinato, dia 23 de Março, do professor José Manuel Flores, empenhado dirigente popular e membro fundador do Partido Socialista Centro-americano (PSOCA).
Flores foi abatido a tiro no interior do Instituto San José del Pedregal, onde leccionava, perante o pânico e a estupefacção de colegas e alunos. A polícia diz que o professor foi assassinado por um grupo de delinquentes que, anteriormente, Flores havia contradito, mas a resistência hondurenha rejeita a tese da vingança por conflitos pessoais e acusa o governo liderado por Porfírio Lobo de estar por trás do homicídio.
O docente era um partidário de Manuel Zelaya, por isso o mataram. O que a oligarquia e os golpistas de turno pretendem é sufocar a revolta do povo e os seus dirigentes, argumenta a FNR.
José Manuel Flores junta-se aos dois sindicalistas e cinco jornalistas assassinados este ano nas Honduras, entre outros activistas da resistência também mortos por paramilitares que actuam com total impunidade.
Entre os jornalistas, José Bayardo Mairena e Víctor Manuel Juárez foram executados minutos depois de terem concluído um serviço noticiário na Rádio Súper 10. Nas mesmas circunstâncias faleceram David Meza, da Rádio El Pátio, Nahum Palacios, responsável pela informação na estação de televisão de Aguán, e Joseph Ochoa, do Canal 51 de Tegucigalpa.