Passados 120 anos das primeiras manifestações

Afirma-se na luta a força do 1.º de Maio

Nas comemorações do Dia Internacional dos Trabalhadores, a CGTP-IN apelou ao prosseguimento dos combates diários contra novos sacrifícios para quem trabalha, impostos em nome de uma crise que torna ainda mais ricos os senhores do grande capital. Para 29 de Maio, foi anunciada uma grande manifestação nacional, onde os justos motivos das diferentes lutas se farão ouvir, a uma só voz, exigindo novo rumo para o País.

A actualidade dos motivos e dos ideais que levaram à convocação da primeira grande acção internacional da classe operária, a 1 de Maio de 1890, foi salientada na sessão pública que o PCP realizou na semana passada, em Lisboa. Serão «efémeras e inseguras» as conquistas dos trabalhadores, arrancadas com a luta de gerações, «enquanto se mantiver o sistema de exploração», notou, a propósito, o Secretário-geral do Partido.

Neste caderno especial, juntamos a reportagem deste 1.º de Maio, em Portugal, com excertos das intervenções na sessão do Partido (ver também noticiário internacional, nas páginas 24 e 25). Assinalando o 120.º aniversário do 1.º de Maio, queremos assim realçar que a força dos trabalhadores afirma-se, com unidade e organização, na luta comum pelos seus direitos e interesses de classe, por uma sociedade sem exploração, por um futuro de progresso. É com essa força que se resiste à ofensiva do capital e se abre caminho à única alternativa: o socialismo.



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A luta de quem trabalha marca a hora de mudar

As comemorações do 1.º de Maio, promovidas pela CGTP-IN em 44 localidades de todos os distritos e regiões autónomas, sob o lema «É tempo de mudar, com a luta de quem trabalha», reuniram muitos milhares de pessoas. Assinalando que este Dia Internacional dos Trabalhadores ocorre «num crescendo de luta», a central apelou ao alargamento desta mobilização, numa grande manifestação nacional, no sábado, dia 29 de Maio, em Lisboa.

Um marco na História pleno de actualidade

A assinalar os 120 anos das primeiras manifestações do 1.º de Maio, o PCP realizou em Lisboa, a 29 de Abril, uma sessão pública em que intervieram José Ernesto Cartaxo, Graciete Cruz, Ilda Figueiredo, Francisco Lopes e Jerónimo de Sousa.

Em todas as intervenções foi sublinhada a importância histórica do primeiro Dia Internacional dos Trabalhadores e todos os oradores realçaram aquilo que hoje persiste da nova fase de luta de classe operária, que então se abriu: as conquistas sociais arrancadas ao capital dominante, o travão ao agravamento da exploração, a construção de sociedades livres deste flagelo, a força para os combates dos nossos dias, a confiança no socialismo como futuro próximo da humanidade.

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