Greve na maior empresa de cobre do mundo

Trabalhadores rejeitam privatização

Os trabalhadores da Codelco aderiram à paralização convocada pelas estruturas sindicais do sector contra a ameaça de entrega ao capital da gigante pública chilena de extracção mineral.

«A Codelco rendeu ao Chile 11 por cento das receitas fiscais dos últimos 40 anos»

A jornada foi atendida por cerca de 17 mil trabalhadores, muitos dos quais acompanharam o dirigente da Federação Nacional dos Trabalhadores do Cobre, Raimundo Espinoza, num protesto frente ao Palácio de La Moneda, em Santiago do Chile.

Em causa estão os alegados planos da administração da Codelco e do governo, liderado pelo empresário Sebastian Piñera, para a privatização da maior empresa mineira do país, algo que «os trabalhadores não vão aceitar», pois, sublinhou Espinoza, está em jogo não apenas o emprego e os direitos dos funcionários mas, igualmente, «a defesa do património do Chile».

No mesmo sentido, o presidente da Confederação dos Trabalhadores do Cobre, Cristián Cuevas, avisou que «não vamos admitir nem uma privatização legalizada, nem uma alienação encoberta através da criação de prejuízos» que acrescentem argumentos aos que pretendem entregar a Codelco.

A greve de 24 horas foi a primeira em 18 anos e cumpriu-se quase integralmente nas áreas extractivas de Chuquicamata, Andina, Teniente, Ventanas e El Salvador, bem como nos escritórios centrais da companhia.

Nesta segunda-feira de luta, os trabalhadores do sector assinalaram igualmente os 40 anos da nacionalização do cobre, impulsionada pelo então presidente Salvador Allende. A data é festejada com o nome de Dia da Dignidade, pois a partir de 11 de Julho de 1971 o Estado passou a deter 100 por cento da Grande Mineira de Cobre do Chile.

A ditadura fascista de Augusto Pinochet e os governos da Concertação promoveram a entrega à grande burguesia de segmentos de extracção de cobre. Actualmente, 70 por cento do cobre do país é produzido por companhias privadas.

Ainda assim, a estatal Codelco é a maior produtora mundial daquele metal, com 11 por cento do total da produção global. Calcula-se que nos últimos 40 anos a Codelco terá rendido aos cofres do Chile qualquer coisa como 11 por cento do total das receitas fiscais.



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