Milhares manifestaram-se pelo ensino público

Chilenos não aceitam má Educação

Pela terceira vez no espaço de um mês, centenas de milhares de alunos, pais, professores e funcionários do sector educativo manifestaram-se nas principais cidades do Chile em defesa do ensino público, gratuito e de qualidade. Só em Santiago, capital do país, desfilaram cerca de 100 mil pessoas, informou a Confederação de Estudantes do Chile.

O protesto, realizado quinta-feira, dia 14, foi ainda atendido pela Central Unitária de Trabalhadores e por uma das estruturas representativas dos trabalhadores do sector da extracção e transformação de cobre, que na semana passada cumpriu uma das maiores jornadas de luta dos últimos 20 anos.

A marcha terminou em confrontos com a polícia, que usou canhões de água e granadas de gás lacrimogéneo para dispersar a multidão e impedir os manifestantes de concluírem a iniciativa pacífica na Praça dos Heróis, no centro da cidade.

Estudantes, professores e sindicalistas acusam as forças de segurança de terem alterado em cima da hora o percurso seguido nas manifestações anteriores, ocorridas a 14 e 30 de Junho, e, por isso, mantiveram o trajecto inicial da convocatória.

Antes da passagem do grosso da coluna da manifestação pelos arredores do edifício presidencial, grupos de jovens encapuzados, entre os quais se suspeita pudessem estar elementos infiltrados pelo corpo repressivo, responderam às provocações dos uniformizados, acrescentam.

O governo liderado pelo empresário Sebastián Piñera propôs um plano para resolver a crise na Educação prometendo investir quatro mil milhões de dólares no sector, aumentar em 80 por cento as bolsas e criar uma taxa de juro bonificada para os créditos concedidos aos jovens que prosseguem os estudos secundário e superior.

Mas estudantes, professores e pais acusam o presidente de apenas pretender desmobilizar a contestação e insistem que o problema de fundo é a sujeição do Ensino à lógica do lucro, reclamando, por isso, reformas profundas e estruturais que ponham fim ao sistema desigual e segregador.

A crise estudantil no Chile arrasta-se desde Maio com cerca de 300 estabelecimentos ocupados em todo o país e já custou a Piñera cerca de 31 pontos percentuais na taxa de aprovação popular, de acordo com uma sondagem recente.

 

Mineiros exigem indemnização

 

Na semana em que a comunidade educativa voltou a protestar, 31 dos 33 mineiros resgatados o ano passado de uma mina em Atacama exigiram ao Estado chileno cerca de 16 milhões de dólares de indemnização.

No processo judicial, os mineiros alegam que o Serviço Nacional de Geologia e Minas foi negligente na fiscalização da mina em que ocorreu a tragédia.

Apesar de terem sido resgatados com vida, os 33 mineiros sofrem de sequelas qualificadas como incapacitantes, e, por isso, pretendem ser ressarcidos.



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