Grande almoço em Vila do Conde

Fazer da greve uma jornada memorável

Image 9152

O salão do Rancho do Monte, em Vila do Conde, en­cheu com as mais de 500 pes­soas que, no pas­sado do­mingo, ali se jun­taram para par­ti­cipar no al­moço co­me­mo­ra­tivo do 90.º ani­ver­sário do PCP e do 94.º da Re­vo­lução de Ou­tubro, le­vado a cabo pela Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto do Par­tido.

Coube a Paulo Ta­vares, res­pon­sável pela Or­ga­ni­zação Con­ce­lhia de Vila do Conde, fazer a pri­meira in­ter­venção da tarde. De forma su­cinta mas ri­go­rosa, des­creveu as con­sequên­cias de 36 anos de po­lí­tica de di­reita na­quele con­celho, lem­brando as em­presas que de­sa­pa­re­ceram, e que em­pre­gavam mi­lhares de tra­ba­lha­dores; as pescas, o tu­rismo, a agri­cul­tura, a in­dús­tria con­ser­veira, a cons­trução naval, a cor­do­aria. Todas com o fu­turo com­pro­me­tido.

De se­guida, Je­ró­nimo de Sousa usou da pa­lavra para de­fender que «é pos­sível um ca­minho novo de es­pe­rança para Por­tugal». Re­co­nhe­cendo que o «per­curso é di­fícil», sa­li­entou que «nunca nada foi fácil na vida e na luta deste Par­tido du­rante os seus 90 anos de exis­tência». E ma­ni­festou a sua con­fi­ança em que «unidos e de­ter­mi­nados e com a luta dos tra­ba­lha­dores e do povo, se­remos ca­pazes».

Par­tindo do ani­ver­sário do PCP e da Re­vo­lução de Ou­tubro, «dois acon­te­ci­mentos que são de um enorme sig­ni­fi­cado para os co­mu­nistas por­tu­gueses» – e que por isso ali eram as­si­na­lados em co­me­mo­ração con­junta –, Je­ró­nimo de Sousa re­feriu que o «em­pre­en­di­mento con­creto de edi­fi­cação de uma so­ci­e­dade sem classes so­ciais an­ta­gó­nicas, li­berta da ex­plo­ração do homem por outro homem», ini­ciado na pri­meira re­vo­lução so­ci­a­lista, é uma fonte de ins­pi­ração re­vo­lu­ci­o­nária neste tempos «em que os por­tu­gueses, par­ti­cu­lar­mente os tra­ba­lha­dores, os pen­si­o­nistas, os in­te­lec­tuais e qua­dros téc­nicos, os pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios, os agri­cul­tores, as ca­madas po­pu­lares do nosso povo, estão a sentir nas suas vidas o re­sul­tado da grave de­cisão do PS, PSD e CSD de vin­cular o País a um pacto de agressão ile­gí­timo».

 

Con­fi­ança na luta

 

Lem­brando que as «nossas aná­lises sobre as con­sequên­cias das po­lí­ticas e de­ci­sões dos que nos úl­timos anos têm go­ver­nado o País» es­tavam certas, Je­ró­nimo de Sousa sa­li­entou que o Go­verno «anuncia-se como sal­vador», mas o que faz é en­ca­mi­nhar o País para uma «pro­funda re­cessão eco­nó­mica, cujo fim não está à vista». Pe­rante as cen­tenas de pes­soas que em­pu­nhavam or­gu­lho­sa­mente ban­deiras do Par­tido, Je­ró­nimo de Sousa afirmou: «É pre­ciso dar-lhe a res­posta que me­rece», fa­zendo da greve geral uma «jor­nada me­mo­rável de luta dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês».

Esta greve, «à qual é pre­ciso dar o má­ximo de força» é também, sa­li­entou, uma luta contra a «ab­di­cação da so­be­rania na­ci­onal», contra a «ex­torsão do País» – daí ser ne­ces­sário es­tendê-la a «todos os sec­tores da so­ci­e­dade, alar­gando e dando uma ro­busta ex­pressão ao mo­vi­mento de exi­gência e re­jeição do pacto de agressão».

En­quanto eco­avam pela sala aplausos que dei­xavam bem clara a in­tenção dos par­ti­ci­pantes em con­ti­nuar essa luta, Je­ró­nimo de Sousa ter­minou di­zendo que «são grandes as exi­gên­cias que se co­locam ao nosso Par­tido. São grandes os pe­rigos e ame­aças que pesam sobre os tra­ba­lha­dores, o nosso povo e o pró­prio re­gime de­mo­crá­tico de Abril, mas nós temos con­fi­ança nas nossas pró­prias forças e nas pos­si­bi­li­dades que se podem abrir com a luta dos tra­ba­lha­dores e do nosso povo».



Mais artigos de: PCP

É a luta do povo que determina o futuro

«Nin­guém se ponha de lado, porque a ofen­siva é contra todos, ti­rando o ca­pital fi­nan­ceiro, os ban­queiros, os grandes grupos eco­nó­micos que con­ti­nuam a ir de vento em popa», afirmou Je­ró­nimo de Sousa, no sá­bado, no final de um des­file na Baixa da Ba­nheira.

Contra o roubo no subsídio de Natal

O PCP pro­moveu, an­te­ontem, em todo o País, ac­ções de con­tacto e es­cla­re­ci­mento junto dos tra­ba­lha­dores e da po­pu­lação sobre o roubo no sub­sídio de Natal, e de apelo à re­jeição do pacto de agressão e à par­ti­ci­pação na greve geral.

Construtores da greve geral

Mais do que apoiar a con­vo­cação e re­a­li­zação da greve geral, as cé­lulas e or­ga­ni­za­ções do PCP são cons­tru­toras ac­tivas desta grande jor­nada de luta contra a ex­plo­ração e o em­po­bre­ci­mento.

Manter os <i>Estaleiros</i> públicos

Num comunicado distribuído aos trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, a célula do Partido denuncia a inexistência do plano de reestruturação que o Governo se comprometeu a apresentar até ao final do mês de Outubro (depois de uma primeira data ter sido...

Defender a cultura e a língua

A cha­mada «re­es­tru­tu­ração total da rede de en­sino do Por­tu­guês no es­tran­geiro», pro­posta pelo Go­verno, po­derá sig­ni­ficar a sua pura e sim­ples des­truição, alerta a Di­recção da Or­ga­ni­zação da Emi­gração do PCP.

Almada e os <i>desgraçados</i> anos 60

Meio século é muito tempo na vida de um homem. Sobretudo se essa é uma vida cheia de episódios marcantes e, alguns, porventura dolorosos. Seria, pois, natural que as recordações de um acontecimento passado há tantos anos fossem difusas ou mesmo...

PCP felicita PCE

Reagindo aos resultados das eleições legislativas em Espanha (ver página 20), o Secretariado do Comité Central do PCP endereçou ao Comité Federal do Partido Comunista de Espanha (PCE) uma felicitação na qual salienta «o expressivo resultado alcançado...

<i>Avante!</i> na Bélgica

Mais de meia centena de militantes e amigos do Partido emigrantes na Bélgica participaram, no domingo, em Bruxelas, num almoço que contou com a presença de José Casanova, membro do CC do PCP e director do Avante!. A seguir ao almoço, realizado nas...