Ecologistas apelam à luta dos portugueses

2012 será de mais sacrifícios

O Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes» (PEV) de­seja um ano de 2012 cheio de força para lutar e travar as po­lí­ticas de­sas­trosas para Por­tugal que estão a afectar dras­ti­ca­mente a vida das pes­soas e do País.

A banca con­tinua a me­recer o apoio do Es­tado

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Esta foi, em sín­tese, a men­sagem en­de­re­çada a partir da reu­nião do Con­selho Na­ci­onal do PEV, que, em Lisboa, no dia 17, ana­lisou a si­tu­ação eco-po­lí­tica na­ci­onal e in­ter­na­ci­onal.

«In­fe­liz­mente, o ano que se apro­xima será de di­fi­cul­dades, de in­jus­tiças, de sa­cri­fí­cios. Mas só será de re­sig­nação e de ine­vi­ta­bi­li­dade se os por­tu­gueses não lu­tarem, de forma pa­cí­fica, mas com a fir­meza de quem tem razão, para de­fen­derem os seus di­reitos, para de­fen­derem mais jus­tiça e po­lí­ticas que di­na­mizem a eco­nomia in­terna», sa­li­entam os eco­lo­gistas, lem­brando que as re­ceitas que o Go­verno con­sa­grou no Or­ça­mento do Es­tado, para além de se re­sig­narem aos in­te­resses eu­ro­peus e de­sis­tirem de de­fender a eco­nomia na­ci­onal, im­põem cada vez mais sa­cri­fí­cios, aus­te­ri­dade e pre­ca­ri­e­dade la­boral».

«A única res­posta que PSD e CDS dão ao País é mais pre­ca­ri­e­dade, com o alar­ga­mento por mais 18 meses dos con­tratos a termo, cres­ci­mento, fa­ci­li­tação e em­ba­ra­te­ci­mento do de­sem­prego e au­mento da se­mana de tra­balho que havia sido con­quis­tada du­ra­mente pelos tra­ba­lha­dores. O cres­ci­mento da po­breza e o apa­re­ci­mento de novos po­bres e novas formas de po­breza entre a pró­pria classe média, é um fruto podre destas po­lí­ticas», acusa o PEV, aler­tando para o au­mento do preço em bens es­sen­ciais para as fa­mí­lias, como a elec­tri­ci­dade, os trans­portes pú­blicos, os custos na Saúde com o au­mento das taxas mo­de­ra­doras, ou o au­mento das custas no acesso aos tri­bu­nais.

No en­tanto, pros­se­guem «Os Verdes», «nem todos se sa­cri­ficam». A banca, por exemplo, «con­tinua a me­recer o apoio do Es­tado com a dis­po­sição de mais 12 mil mi­lhões de euros, saindo ainda a ga­nhar com a ne­go­ciata de trans­fe­rência do Fundo de Pen­sões para o Es­tado (li­ber­tando a banca desse en­cargo) que re­pre­sen­tará um enorme peso acres­cido para a Se­gu­rança So­cial, sem que lhe seja atri­buída a verba da trans­fe­rência que será usada para cus­tear ou­tras des­pesas pú­blicas».

 

Contra a von­tade das po­pu­la­ções

 

O PEV falou ainda da Re­forma Ad­mi­nis­tra­tiva do Poder Local, re­forma que o Go­verno pre­tende impor «a bem ou a mal», ao ar­repio da von­tade das po­pu­la­ções, no es­paço de seis meses.

«A ex­tinção de fre­gue­sias (dis­far­çadas de "fu­sões" ou "agre­ga­ções") e a re­dução de eleitos não vai levar a reais pou­panças, antes pelo con­trário. O de­sa­pa­re­ci­mento de cen­tenas de fre­gue­sias e suas juntas re­pre­sentam, em muitos casos, o de­sa­pa­re­ci­mento do úl­timo ser­viço pú­blico de pro­xi­mi­dade junto das po­pu­la­ções, agra­vando o des­po­vo­a­mento e de­ser­ti­fi­cação do País», afirmam os eco­lo­gistas, su­bli­nhando que os exe­cu­tivos mo­no­co­lores, as­pi­ração de longa data do PS e do PSD, «é outra das li­nhas de força desta re­forma, que vai re­duzir dras­ti­ca­mente o grau de dis­cussão plural, de par­ti­ci­pação e de trans­pa­rência na gestão dos exe­cu­tivos mu­ni­ci­pais».

A nível na­ci­onal, os eco­lo­gistas re­a­fir­maram ainda a im­pe­riosa ne­ces­si­dade de parar a cons­trução da Bar­ragem de Foz Tua, de­sig­na­da­mente face ao con­teúdo do re­la­tório ICOMOS/​UNESCO, que vem dar razão ao que «Os Verdes» vêm afir­mando ao longo dos anos. «É a con­fir­mação de que a bar­ragem se situa dentro da área clas­si­fi­cada de pai­sagem do Alto Douro Vi­nha­teiro, pro­mo­vendo a sua des­ca­rac­te­ri­zação e de­gra­dação, cor­rendo-se o risco da sua pos­sível des­clas­si­fi­cação, acar­re­tando, por­tanto, esta bar­ragem um pre­juízo ine­gável de ordem pa­tri­mo­nial, am­bi­ental, eco­nó­mico e so­cial, tanto no Vale do Tua como no Vale do Douro», re­ferem.


«Os Verdes» exigem re­po­sição do In­ter­ci­dades

 

O Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes» (PEV) en­tregou, no dia 21 de De­zembro, um pro­jecto de re­so­lução na As­sem­bleia da Re­pú­blica em que de­fende que sejam re­postas as pa­ra­gens do com­boio In­ter­ci­dades em Se­túbal e Al­cácer do Sal, re­cen­te­mente su­pri­midas pela CP.

Em co­mu­ni­cado, o PEV con­si­dera que esta ma­téria deve ser «ur­gen­te­mente dis­cu­tida e vo­tada no Par­la­mento» e qua­li­fica como «ab­so­lu­ta­mente inad­mis­sível» a eli­mi­nação dessas pa­ra­gens do In­ter­ci­dades que faz a li­gação entre Lisboa e o Al­garve.

A de­cisão da CP, con­cre­ti­zada no pas­sado dia 11, se­gundo o PEV, «foi sus­ten­tada numa de­cisão uni­la­teral que não en­volveu nem utentes, nem tra­ba­lha­dores, nem as au­tar­quias».

Lem­brando que Se­túbal é ca­pital de dis­trito e sede de um con­celho «com mais de 120 mil ha­bi­tantes», o PEV diz ser «ab­so­lu­ta­mente ina­cei­tável» a ci­dade deixar de contar com o In­ter­ci­dades, tendo os seus ha­bi­tantes de se «des­locar ao Pi­nhal Novo para, aí, po­derem tomar o com­boio para o Al­garve».



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