Reabrir a linha da Beira Baixa
O PCP apresentou na Assembleia da República um projecto de resolução que prevê a reabertura ao transporte ferroviário de passageiros e mercadorias em todo o percurso da linha da Beira Baixa. Para tal, há que concluir as obras de modernização, electrificação e requalificação da linha, no troço Covilhã-Guarda.
No texto que enquadra o projecto de resolução, os comunistas lembram que há três anos que este troço se encontra encerrado para a realização de obras, tendo os investimentos aí realizados superado os sete milhões de euros.
O facto de não existir qualquer previsão para a conclusão destas obras e consequente reabertura do troço conduz, para o PCP ao «crescimento da preocupação das populações quanto ao eventual encerramento permanente deste troço». Uma dúvida que a própria Refer não desfaz, pois num documento interno da empresa assume-se que o troço permanecerá fechado em 2013. Quanto ao que sucederá a seguir, nem uma palavra. Na opinião dos comunistas, «há muitos indícios que demonstram a falta de vontade política para retomar a circulação de comboios em toda a linha da beira baixa».
Este encerramento definitivo, a ir por diante, degradaria as acessibilidades e a mobilidade das populações, «numa região onde é praticamente inexistente uma rede de transportes públicos» e prejudicaria seriamente o desenvolvimento económicos dos distritos de Castelo Branco e Guarda, garantem os comunistas. Para além de contribuir para um ainda «maior isolamento das populações e de muitas localidades, a somar aos encerramentos de serviços públicos de escolas, extensões de saúde ou postos dos CTT».
Assim, o PCP realça que a modernização e requalificação do troço entre a Covilhã e a Guarda é «importante do ponto de vista regional e nacional». Os comunistas consideram que o regresso do transporte ferroviário à totalidade da linha da Beira Baixa potenciaria o aproveitamento dos investimentos realizados nos restantes troços desta linha e promoveria o «desenvolvimento e o crescimento económico, através do aumento do número de utentes e de mercadorias, da maior mobilidade das populações, num meio de transporte mais eficaz, confortável e barato e uma redução dos níveis de poluição, tendo em conta a redução do trafego rodoviário neste troço».
No seu projecto de resolução, o PCP reclama ainda a reposição do material circulante Intercidades nesta linha, de forma a que seja garantido um «serviço público de transporte ferroviário de qualidade, com maior conforto aos utentes e menor tempo de viagem», e propõe que, até à reabertura do troço que se encontra encerrado, a CP assegure transporte alternativo passando em «todas as localidades privadas do transporte ferroviário.