No Alentejo como no País

Agricultura em crise

O PCP apela aos agri­cul­tores alen­te­janos para que lutem em de­fesa dos seus in­te­resses e di­reitos, que são os de um país so­be­rano e de­sen­vol­vido.

O Go­verno fa­vo­rece os agrá­rios e a agro-in­dús­tria

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Num co­mu­ni­cado de dia 12, a Di­recção Re­gi­onal do Alen­tejo do PCP chama a atenção para si­tu­ação di­fícil que os agri­cul­tores e a agri­cul­tura fa­mi­liar atra­vessam: os preços à pro­dução mantêm-se baixos en­quanto que os custos dos fac­tores de pro­dução não param de subir, «atin­gindo re­cordes his­tó­ricos». Caso par­ti­cu­lar­mente cho­cante é o preço do ga­sóleo agrí­cola, que «ca­minha para ficar no dobro do que era em 2005».

Mas não é tudo. Os co­mu­nistas acusam ainda o Go­verno PSD/​CDS de estar a avançar com «me­didas ne­ga­tivas como o au­mento de im­postos, o apro­fundar do des­li­ga­mento das Ajudas da Pro­dução e os grandes cortes nos fi­nan­ci­a­mentos na­ci­o­nais para o PRODER». Re­la­ti­va­mente a este úl­timo, PCP re­alça que 60 por cento dos pro­jectos abaixo de 100 mil euros de apoio re­cebem apenas 10 por cento da verba con­tra­tada, en­quanto que 10 por cento dos pro­jectos acima desse mon­tante re­cebem quase 60 por cento da verba. Ou seja, «em de­tri­mento da agri­cul­tura fa­mi­liar são uma vez mais os grandes pro­pri­e­tá­rios a fi­carem com o fun­da­mental dos apoios».

No seu co­mu­ni­cado, a DRA não es­quece a seca que se abate sobre o País, e par­ti­cu­lar­mente sobre o Alen­tejo, lem­brando que as cul­turas de Ou­tono/​In­verno estão já com­pro­me­tidas e que ao nível da pe­cuária os pro­du­tores «estão já uti­lizar as re­servas ali­men­tares que su­pos­ta­mente de­ve­riam ser uti­li­zadas no Verão». Pe­rante esta grave si­tu­ação, acusa o PCP, o Go­verno não só tomou «poucas me­didas» como as des­tinou fun­da­men­tal­mente aos «mai­ores pro­pri­e­tá­rios e a grandes em­presas li­gadas à pe­cuária».

A an­te­ci­pação de me­tade das ajudas da PAC de 2012 pa­rece «bas­tante in­su­fi­ci­ente» para o PCP, que re­corda que o Go­verno «ainda não pagou aos agri­cul­tores e à la­voura cerca de 150 mi­lhões de euros cor­res­pon­dentes a vá­rias ajudas do ano pas­sado e até de 2010». Assim, afirmam os co­mu­nistas, o Go­verno antes de falar em an­te­cipar parte das ajudas de 2012 «de­veria pagar aos agri­cul­tores e à agri­cul­tura fa­mi­liar os 150 mi­lhões de euros de ajudas vá­rias ainda por pagar cor­res­pon­dentes aos anos de 2011 e 2010».

A Di­recção Re­gi­onal do Alen­tejo do PCP exige ainda que o Go­verno «dê al­gumas ga­ran­tias re­la­ti­va­mente à con­clusão dos in­ves­ti­mentos no Al­queva, no­me­a­da­mente aos agri­cul­tores que fi­zeram in­ves­ti­mentos em função de um ca­len­dário que agora o Go­verno nega cum­prir». Para os co­mu­nistas, os agri­cul­tores «não podem aceitar que um Go­verno que afirma cons­tan­te­mente que o País pre­cisa de es­ta­bi­li­dade, de au­mentar a sua pro­dução agrí­cola e de as­sumir os seus com­pro­missos, não con­siga agora as­sumir uma ca­len­da­ri­zação para a con­clusão deste im­por­tante e es­tru­tu­rante pro­jecto para o de­sen­vol­vi­mento da re­gião nas suas di­versas com­po­nentes».

Pe­rante tão graves pro­blemas e a com­pleta falta de res­postas por parte de quem tem o dever de de­fender a agri­cul­tura por­tu­guesa e os agri­cul­tores, o PCP apela à luta dos pe­quenos agri­cul­tores pela baixa dos custos dos fac­tores de pro­dução e pelo pa­ga­mento de preços justos à pro­dução. Para dia 4 de Maio está mar­cada uma con­cen­tração na­ci­onal em Lisboa, pro­mo­vida pela CNA.



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