Agricultores em Lisboa no dia 4 de Maio

Por outras e melhores políticas

Pe­rante a gra­vi­dade da si­tu­ação, a Con­fe­de­ração Na­ci­onal da Agri­cul­tura (CNA) e as suas fi­li­adas vão re­a­lizar no dia 4 de Maio, em Lisboa, uma con­cen­tração na­ci­onal de pro­testo contra o pro­grama de de­sastre na­ci­onal pro­ta­go­ni­zado pela troika e pelo Go­verno.

«Isto não pode con­ti­nuar assim»

Num des­file entre o Prín­cipe Real e a As­sem­bleia da Re­pú­blica, os agri­cul­tores vão re­clamar do Exe­cu­tivo PSD/​CDS a «de­fesa da pro­dução na­ci­onal e o au­mento do con­sumo in­terno de bens agro-ali­men­tares», a «me­lhoria dos preços à pro­dução e dos ren­di­mentos das ex­plo­ra­ções agrí­colas fa­mi­li­ares», «mais in­ves­ti­mento pú­blico na agri­cul­tura e no mundo rural», o «com­bate à es­pe­cu­lação e à ma­ni­pu­lação com os preços no con­su­midor» e a «de­fesa da so­be­rania ali­mentar de Por­tugal».

«Porque isto não pode con­ti­nuar assim», os agri­cul­tores vão ainda exigir o «rá­pido cum­pri­mento de todas as pro­messas das ajudas por causa da seca», o «pa­ga­mento ime­diato, aos agri­cul­tores e à la­voura, das ajudas em falta re­la­tivas a 2010 e 2011», a «re­dução dos preços dos com­bus­tí­veis, da elec­tri­ci­dade, das ra­ções, dos fer­ti­li­zantes, da sa­ni­dade animal e ve­getal, dos se­guros agrí­colas», a «re­dução das con­tri­bui­ções dos agri­cul­tores para a Se­gu­rança So­cial», e o «con­trolo e a con­tenção das im­por­ta­ções».

No pro­testo, a CNA e as suas fi­li­adas vão ainda rei­vin­dicar que o Go­verno não ex­tinga as fre­gue­sias, através da Re­forma Ad­mi­nis­tra­tiva do Poder Local, e ou­tros ser­viços pú­blicos. «Como é sa­bido, e entre ou­tros pro­blemas, está pre­visto o “abate” co­er­civo de, pelo menos, 1500 fre­gue­sias e os seus ór­gãos au­tár­quicos», cri­tica a Con­fe­de­ração, que não con­corda com o en­cer­ra­mento de vá­rios ser­viços pú­blicos de pro­xi­mi­dade, como zonas agrá­rias, es­colas, postos de CTT, ma­ter­ni­dades, ser­viços de saúde, li­nhas fér­reas e trans­porte de do­entes.

 

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LUSA

Vi­ti­vi­ni­cul­tores exigem plano de emer­gência

 

Os par­ti­ci­pantes no En­contro da La­voura Du­ri­ense, que se re­a­lizou no do­mingo, pro­metem voltar a sair às ruas de Peso da Régua, até Julho, antes da di­vul­gação do co­mu­ni­cado de vin­dima, para rei­vin­dicar a cri­ação de um plano de emer­gên­cias para a Re­gião que con­temple o au­mento do be­ne­fício e do preço dos vi­nhos.

Em de­cla­ra­ções à Lusa, Berta Santos, di­ri­gente da As­so­ci­ação dos Vi­ti­vi­ni­cul­tores In­de­pen­dentes do Douro (AVI­DOURO), disse que o Go­verno PSD «não fez nada até ao mo­mento para ajudar esta Re­gião» e que o au­mento do be­ne­fício é uma rei­vin­di­cação que in­tegra o plano de emer­gência que os vi­ti­vi­ni­cul­tores querem ver im­ple­men­tado o mais ur­gen­te­mente pos­sível na Re­gião De­mar­cada do Douro. Os la­vra­dores querem ainda me­lhores preços à pro­dução para os vi­nhos, azeites e frutos, ajuda no es­co­a­mento dos pro­dutos, apoio contra a seca e a proi­bição da en­trada de di­reitos de plan­tação de vi­nhas de fora para dentro da re­gião.

Berta Santos re­feriu que os vi­ti­cul­tores estão a vender a pipa de vinho do Porto (550 li­tros) a 800 euros, va­lores mais baixos do que no ano pas­sado, e que o preço do vinho de mesa está abaixo dos 120 euros a pipa.

A AVI­DOURO também não aceita a ex­tinção das le­tras «E» e «F», si­tu­ação que, se­gundo Berta Santos, «atin­giria mi­lhares de pe­quenos e mé­dios vi­ti­cul­tores pro­du­tores». De acordo com a lo­ca­li­zação, as ca­rac­te­rís­ticas do ter­reno, as castas e a idade da vinha, é atri­buído anu­al­mente a cada vi­ti­cultor uma au­to­ri­zação para pro­duzir uma quan­ti­dade de mosto de­ter­mi­nada, a que cor­res­ponde uma certa qua­li­dade (da letra A, o me­lhor, até à letra F) e um preço cor­res­pon­dente.

 

Ca­la­mi­dade so­cial

 

Cen­tenas de vi­ti­cul­tores foram, este ano, sur­pre­en­didos pela fa­lência da em­presa de co­mércio de vi­nhos Fer­nando Mendes e Bior, em Vila Real. Por outro lado, os as­so­ci­ados das Caves de Santa Marta, em Santa Marta de Pe­na­guião, ou os da adega de Alijó, também já não re­cebem há al­gumas co­lheitas. «É uma si­tu­ação de ver­da­deira ca­la­mi­dade so­cial», sa­li­enta Berta Santos.

Por isso, a AVI­DOURO re­clama do Mi­nis­tério da Agri­cul­tura «me­didas ex­cep­ci­o­nais» e propõe a cri­ação de um «fundo de emer­gência» para acudir a si­tu­a­ções crí­ticas, como aquela que estão a viver os vi­ti­cul­tores que en­tre­garam as suas uvas na Fer­nando Mendes e Bior e na Adega de Santa Marta de Pe­na­guião.

Este fundo, se­gundo a As­so­ci­ação, po­deria ser criado a partir das verbas que a pro­dução e co­mércio de vi­nhos da Re­gião De­mar­cada do Douro (RDD) en­tregam ao Ins­ti­tuto dos Vi­nhos do Douro e Porto (IVDP).

Entre Agosto e No­vembro de 2011, a AVI­DOURO or­ga­nizou três ma­ni­fes­ta­ções de pe­quenos e mé­dios pro­du­tores de vinho du­ri­enses contra a crise ins­ta­lada neste ter­ri­tório.



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