Precariedade duplica entre os jovens

A Or­ga­ni­zação In­ter­na­ci­onal do Tra­balho alerta que o nú­mero de con­tratos tem­po­rá­rios entre os jo­vens quase du­plicou desde o início da crise eco­nó­mica, re­pre­sen­tando já quase de 50 por cento do em­prego ju­venil.

Para Ek­kehard Ernst, di­rector da Uni­dade de Ten­dên­cias de Em­prego da OIT ci­tado pela EFE (15.08), «o tra­balho tem­po­rário pode ser uma boa forma de os jo­vens ad­qui­rirem ex­pe­ri­ência en­quanto es­tudam», mas o facto é que com a crise «trans­formou-se numa opção de úl­timo re­curso».

Um es­tudo da OIT mostra que entre o se­gundo tri­mestre de 2008 e 2011, a taxa de em­prego jovem em part-time au­mentou cerca de 3,6 pontos per­cen­tuais na União Eu­ro­peia, en­quanto na Es­panha ou na Ir­landa a su­bida chegou a 11,8 e 20,7 pontos per­cen­tuais, res­pec­ti­va­mente.

Em cinco países (Itália, Lu­xem­burgo, Po­lónia, Por­tugal e Es­lo­vénia), o au­mento do tra­balho tem­po­rário entre os jo­vens foi de dez pontos per­cen­tuais.

Se­gundo dados da or­ga­ni­zação re­la­tivos a 2011, cerca de 56 por cento dos jo­vens por­tu­gueses tra­ba­lhavam com vín­culos pre­cá­rios, contra 20 por cento dos tra­ba­lha­dores mais ve­lhos, va­lores su­pe­ri­ores à média eu­ro­peia, em que 42 por cento dos jo­vens ti­nham tra­ba­lhos tem­po­rá­rios, contra 11 por cento dos mais ve­lhos.

A OIT acres­centa que, na pre­sente si­tu­ação, os em­pre­ga­dores optam pelo tra­balho tem­po­rário também como forma de cortar custos, já que dessa forma gastam menos com se­gu­rança so­cial ou for­mação.

O risco para os jo­vens é fi­carem per­ma­nen­te­mente numa si­tu­ação pre­cária, com re­du­zidas pers­pec­tivas pro­fis­si­o­nais, em termos de pro­gressão e de evo­lução sa­la­rial.

Por isso, Ek­kehard Ernst insta os go­vernos a es­ti­mu­larem a con­versão dos con­tratos tem­po­rá­rios em vín­culos por tempo in­de­ter­mi­nado, su­ge­rindo a uti­li­zação de in­cen­tivos fis­cais.



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