Há escola a menos...
«Não há professores a mais, há escola a menos» – foi com esta mensagem, distribuída em autocolantes e folhetos, que a Fenprof e os seus sindicatos se dirigiram à população, na sexta-feira, dia 14, assinalando o início do ano lectivo com a denúncia dos problemas criados às escolas e aos professores pelo Ministério da Educação e Ciência. Uma acção semelhante, dirigida aos pais, está a decorrer nas escolas, durante toda esta semana.
«As escolas foram abrindo as suas portas, deixando perceber as grandes dificuldades que se colocam na sua organização e no funcionamento, as quais tenderão a agravar-se à medida que o ano se desenvolva», refere a federação, na nota em que anunciou esta série de iniciativas. O arranque das aulas ficou marcado pelo aumento brutal do desemprego docente e dos níveis de instabilidade (designadamente, porque milhares de docentes dos quadros ficaram sem componente lectiva atribuída, com «horários-zero»). Este foi o resultado de medidas como a criação de mais 150 mega-agrupamentos, o empobrecimento da estrutura curricular ou o aumento do número de alunos por turma.
Numa mensagem divulgada dia 14, o Secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, apelou à luta dos professores pelos seus direitos, em defesa da escola pública e pelo futuro do País, num momento em que se anunciam novos cortes na educação (cujo peso no PIB, em apenas dois anos, passou de 5,7 para 3,9 por cento, com o corte acumulado de 2300 milhões de euros).